“É preciso agir para garantir o direito à educação”, alerta Unicef
Mais de 635 milhões de estudantes continuam afetados pelo fechamento total ou parcial das escolas. Os dados foram compartilhados nesta segunda-feira (25), data em que é celebrado o Dia Internacional da Educação, pelo Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância).
“Em março, marcaremos dois anos de interrupções na educação global relacionadas à covid-19. Resumidamente, estamos diante de uma perda quase sem volta para a escolaridade das crianças”, afirmou Robert Jenkins, chefe global de Educação do UNICEF.
Ainda segundo a organização, neste período as crianças perderam habilidades básicas de aritmética e alfabetização. A interrupção da educação também significou que milhões de crianças perderam consideravelmente o aprendizado que teriam adquirido se estivessem na sala de aula, com crianças mais novas e vulneráveis enfrentando a maior perda.
“Embora seja fundamental retomar as aulas presenciais, apenas reabrir as escolas não é suficiente. Os estudantes precisam de apoio intensivo para recuperar a educação perdida. As escolas também devem ir além dos locais de aprendizagem para reconstruir a saúde mental e física das crianças, o desenvolvimento social e a nutrição”, ressalta.
Em países de baixa e média renda, as perdas de aprendizado devido ao fechamento de escolas deixaram até 70% das crianças de 10 anos incapazes de ler ou entender um texto simples, em comparação com 53% antes da pandemia.
Nos EUA, foram observadas perdas de aprendizado em muitos estados, incluindo Texas, Califórnia, Colorado, Tennessee, Carolina do Norte, Ohio, Virgínia e Maryland. No Texas, por exemplo, dois terços das crianças do 3º ano tiveram testes em matemática abaixo do nível da série em 2021, em comparação com metade das crianças em 2019.
Em vários estados brasileiros, cerca de três em cada quatro crianças do 2º ano estão fora dos padrões de leitura, número acima da média de uma em cada duas crianças antes da pandemia. Em todo o Brasil, um em cada dez estudantes de 10 a 15 anos relatou que não planeja voltar às aulas assim que a escola reabrir.
Além da perda de aprendizado, o fechamento das escolas afetou a saúde mental das crianças, reduziu seu acesso a uma fonte regular de nutrição e aumentou o risco de abuso.
*Com informações do Unicef