Educação inclusiva: escola precisa investir na capacitação de professores
A formação inicial e continuada dos professores de ensino regular é fundamental para a implementação da educação inclusiva. Sendo assim, especialistas na área reforçam a necessidade de as escolas investirem na capacitação dos docentes.
“A escola tem papel fundamental para ter professoras(es) preparadas(os) e com condições de desenvolver um trabalho pedagógico inclusivo”, afirma Anna Helena Altenfelder, presidente do Conselho de Administração do Cenpec, organização da sociedade civil sem fins lucrativos que trabalha pela promoção da equidade e qualidade da educação básica pública do país.
Entretanto, a profissional destaca que a educação inclusiva não pode ser apenas responsabilidade do professor, já que também depende de subsídios técnicos pedagógicos, apoio de especialistas, número de alunas(os) por sala que torne o trabalho viável, material adequado e formação.
Recentemente, uma pesquisa revelou que, para 70% dos professores brasileiros, a escolarização de crianças com deficiência junto às demais em classes regulares beneficia a todos os estudantes. Porém, 40% desses docentes não têm formação sobre educação inclusiva.
O estudo foi realizado pelo Datafolha a pedido da Fundação Leman, que ouviu 967 professoras e professores de todas as regiões do país.
Parcerias podem auxiliar na formação de professores para a educação inclusiva
Para Marta Gil, coordenadora executiva do Amankay Instituto de Estudos e Pesquisas, estabelecer parcerias com fundações e institutos empresariais, que apoiam a educação, pode ser uma boa estratégia para a formação e a atualização das equipes educacionais.
“O Amankay Instituto de Estudos e Pesquisas foi parceiro em um projeto de formação de equipes educacionais sobre Educação Inclusiva em parceria com a Associação Labor Educacional e com apoio da Fundação Salvador Arena para 108 escolas da rede estadual, durante 2021, através de Oficinas Participativas e material de apoio”, afirma Marta, citando um exemplo de boas práticas.
Além de investir nas formações, Juliana Postigo Amorina Borges, fonoaudióloga e Diretora Presidente do Instituto ABCD, frisa que as escolas também precisam disponibilizar apoio pedagógico, materiais e recursos educacionais que sejam necessários para facilitar a inclusão de todos os alunos.
“Muitas vezes a construção de uma comissão de inclusão, com professores, familiares e especialistas pode proporcionar espaços de compartilhamento extremamente ricos e que abordam temas para além das questões pedagógicas, como espaços de lazer inclusivo”, pontua.