2 min de leitura

Por meio de uma carta endereçada Congresso Nacional, a paquistanesa Malala Yousafzai faz um apelo pela busca ativa de milhões de estudantes brasileiros, sobretudo meninas, que deixaram de frequentar a escola durante a pandemia. No manifesto, a ativista pede ainda o financiamento público adequado para a garantia de permanência de estudantes nas escolas com educação de qualidade.

O documento será lido nesta segunda-feira (21), às 14h, durante uma audiência pública que será realizada no Senado Federal para debater a evasão escolar. Quem transmitirá a manifestação de Malala é Andressa Pellanda, coordenadora-geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação e membro da Rede de Ativistas pela Educação do Malala Fund no Brasil, um coletivo formado por 11 educadores comprometidos em promover a educação de meninas, principalmente, de indígenas e quilombolas, nas regiões do país com os piores índices educacionais.

De acordo com especialistas, a estratégia da busca ativa é primordial para que os sistemas de ensino enfrentem a exclusão escolar, principalmente de meninas, mais vulneráveis a situações de abusos e/ou violências.

Durante o debate, Andressa deve destacar a necessidade de implementar estratégias intersetoriais urgentes que coloquem a busca ativa como uma das ações principais do retorno às aulas presenciais, garantindo também esquema vacinal completo aos profissionais da educação e estudantes.

A audiência contará também com a presença de representantes do Ministério da Educação (MEC), Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), secretários de Educação estaduais e municipais, entre outros.

Cenário da exclusão escolar

Em novembro de 2020, já havia mais de 5 milhões de meninas e meninos sem acesso à educação no Brasil, conforme revelou o Unicef. Entretanto, após mais de dois anos de pandemia, o Censo Escolar 2021 mostrou que a situação é ainda mais preocupante: 653.499 crianças de até 5 anos saíram da escola nos últimos três anos.

*Com informações da Campanha Nacional pelo Direito à Educação e da Rede de Ativistas pela Educação do Malala Fund no Brasil
Foto: Reprodução / Instagram Malala