Em Ribeirão Preto, curso gratuito inscreve meninas para aprender ciência
As mulheres representam uma minoria dos pesquisadores do mundo, de acordo com o relatório Women in Science, de 2019, da UNESCO. Pensando em mudar esta realidade e promover o acesso à ciência para esse público, docentes, pesquisadoras e discentes das Faculdades de Filosofia, Ciências e Letras (FFCLRP) e de Ciências Farmacêuticas (FCFRP), ambas de Ribeirão Preto, implementaram o projeto de extensão universitária Pronta pra ser Cientista, voltado a estudantes do 6ºao 9º ano do Ensino Fundamental da cidade e da região.
O projeto, criado em 2019, é coordenado pela professora Annie Schmaltz Hsiou, do Departamento de Biologia da FFCLRP, e visa incentivar meninas à carreira acadêmica através de atividades e divulgação de diversas áreas do conhecimento.
Além de, segundo a organização, “sensibilizar a comunidade acadêmica e a sociedade sobre o papel da mulher, contribuindo para a erradicação de estereótipos e papéis de gênero na Ciência”.
São 30 vagas para a terceira edição do projeto, com inscrições até 15 de outubro. As participantes serão selecionadas por meio de um sorteio que será realizado no dia 20 de outubro no Instagram. Nesta edição, serão priorizadas estudantes que não tenham participado das edições anteriores; 15 vagas são destinadas a meninas de escola pública, 10 para alunas de escola particular e 5 para meninas pretas, pardas ou indígenas.
O projeto terá oficinas on-line com atividades teóricas e práticas de cada área oferecida nesta edição e emissão de certificado de participação. Os encontros serão realizados sempre aos sábados, das 9h às 10h30, nos dias 30 de outubro, 6, 13 e 27 de novembro, e 4 de dezembro. E a inscrição pode ser feita aqui.
Mulheres na Ciência
Comparado ao resto do mundo, a realidade brasileira não está tão ruim. Isto porque o país apresenta um percentual de 45,1% a 55% de pesquisadoras mulheres (o número se refere a profissionais contratados), segundo o relatório da UNESCO. Além disso, entre 2011 e 2015, 49% das publicações científicas brasileiras tiveram, como primeira autora, pesquisadoras mulheres.
Contudo, isso ainda não significa igualdade de gêneros na carreira acadêmica. Um artigo publicado em 2017 revela que, na Academia Brasileira de Ciência (ABC), apenas 14% dos membros são mulheres; 8,9% estão nas áreas de Engenharias, Exatas e Ciências da Terra, 20,4% nas Ciências da Vida, e 18,2% nas Humanidades e Ciências Sociais Aplicadas.
As mulheres também representam apenas 33% do total de bolsistas de Produtividade em Pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), evidenciando a importância de iniciativas como Pronta pra ser Cientista. Mais informações: prontacientista@gmail.com