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Com olhar atento à população negra e aos povos indígenas educadores da Camino School, instituição de educação básica trilíngue, localizada na zona Oeste de São Paulo, tiveram a iniciativa de elaborar um manual destinado para escolas antirracistas, cujo conteúdo traz orientações práticas e pedagógicas para auxiliar no enfrentamento do racismo estrutural. 

A convivência escolar, muitas vezes, é um marco inicial à exposição de situações diversas, afinal trata-se de um microcosmo social. E, infelizmente, há violências como o racismo e o bullying, por exemplo.

Para combater este cenário, um grupo de professores e a gestão da escolar, decidiu elaborar um guia, que estará em constante adaptação, considerando sempre debates contemporâneos e ponderações de grupos minoritários. 

“Primeiramente, porque entendemos e acreditamos que é necessário desenvolver uma educação antirracista e, depois, porque sabemos que é possível – e existem diferentes estratégias que contribuem para – essa construção”, afirma Leticia Lyle, cofundadora da Camino Education, da Cloe e diretora da Camino School.

O ponto de partida para a criação do manual para escolas antirracistas foi refletir, com profundidade, sobre como a sociedade ainda sofre com o racismo e a escola está inserida nesse contexto social.

A partir disso, o grupo de educadores desenhou um plano de ação com ações, avaliações e também com a proposta de monitorar as mudanças que a instituição propõe.

Segundo Leticia, para estabelecer um ciclo antirracista, são necessários quatro passos, sendo eles: reconhecer, sentir, agir e avaliar, promovendo reflexões constantes com direito a informações e devolutivas para correção de rotas e redirecionamentos. “O passo do reconhecimento ainda precisa ser dado por muitas pessoas”, acrescenta a diretora da Camino School. 

 

Manual para escolas antirracistas

Com 97 páginas, o manual está disponibilizado gratuitamente e foi organizado a partir de dez capítulos. Na justificativa, há a apresentação de dados das desigualdades raciais e da defesa da urgência de implementar ações efetivas na sociedade para que o racismo seja mapeado e combatido no ambiente escolar. Clique aqui para baixar o guia para escolas antirracistas.

“A diferenciação do manual está na proposta de desenvolvimento de ações específicas para as instituições de ensino, contribuindo diretamente para as práticas antirracistas. E, para tal, a gestão precisa implementar as orientações, os professores necessitam trabalhar em sala de aula de forma positiva as contribuições das populações afrodescendentes e indígenas. Para além disso, os estudantes e familiares precisam estar atentos para identificar situações de racismo estrutural e seus derivados”, finaliza Leticia.

 

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