Ensino personalizado: como as escolas podem colocá-lo em prática
Na busca incessante por métodos educacionais mais eficientes e centrados no aluno, a abordagem do ensino personalizado tem se destacado como uma revolução no universo educacional.
Conversamos com especialistas e educadores para entender como essa abordagem está transformando salas de aula em espaços dinâmicos e adaptáveis, moldados para atender às necessidades individuais de cada estudante.
A coordenadora de Segmentos do Anglo Alante, Magna Celene Parreiras de Assis, afirma ser importante conhecer a trajetória de vida, angústias e sonhos de cada aluno como ponto de partida para uma abordagem personalizada.
De acordo com ela, a compreensão profunda do aluno permite o desenvolvimento de estratégias que vão além do simples repasse de conteúdo, alcançando um ensino mais significativo.
Plano pedagógico: a base da personalização
Uma das etapas fundamentais desse processo, segundo Magna, é a implementação de um plano pedagógico individualizado. E entender o ponto de partida de cada aluno é primordial para traçar planos de estudo específicos, levando em consideração habilidades, desafios e ritmo de aprendizagem de cada estudante.
A avaliação diagnóstica, portanto, emerge como uma ferramenta essencial nesse contexto, permitindo à equipe educacional identificar as necessidades de cada estudante.
Magna, esclarece, porém, que a abordagem personalizada não se limita apenas ao aspecto acadêmico. “Sabemos que emoção e cognição andam juntas. Começar o ano fazendo uma entrevista de acolhimento com as famílias ou com os próprios alunos, dependendo da idade, ajudará a equipe pedagógica a mapear os desafios, identificar as limitações e as aptidões dos educandos”, afirma.
Esse cuidado não apenas mapeia desafios socioemocionais, mas também fortalece os laços entre escola, aluno e família.
Estratégias para o sucesso individual do aluno
Com as informações coletadas, a equipe escolar trabalha em conjunto para criar estratégias que proporcionem um ensino verdadeiramente personalizado.
O Programa de Monitoria, por exemplo, oferecido pelo Anglo Alante no contraturno, se destaca como uma iniciativa que visa atender alunos com dificuldades específicas, proporcionando atendimento individualizado para revisão, esclarecimento de dúvidas e fortalecimento pedagógico.
A abordagem personalizada vai além da sala de aula convencional. O incentivo à participação em programas olímpicos, com diversas olimpíadas científicas, abre espaço para que cada aluno escolha áreas de conhecimento de seu interesse, construindo uma trajetória acadêmica única e ampliando possibilidades de ingresso em universidades renomadas.
Disciplinas eletivas: liberdade de escolha
Para promover autonomia e diversificação do currículo, o Programa de Disciplinas Eletivas oferece um cardápio variado, permitindo que os alunos escolham disciplinas por semestre.
Com opções on-line que abrangem áreas como fotografia, escrita criativa, educação ambiental, astronomia e public speaking, a flexibilidade incentiva a experimentação e amplia as perspectivas acadêmicas, pontua Magda.
Evolução do ensino personalizado
Lara Crivelaro, especialista em Consultoria de Gestão Educacional Estratégica e Parcerias Educacionais Internacionais, observa que as estratégias de ensino personalizado têm progredido significativamente, especialmente no contexto da internacionalização da educação básica.
Para ela, que também é CEO da Efígie, empresa de Educação Internacional, essa evolução é fundamental para desenvolver competências essenciais que capacitam os estudantes a prosperarem em um mundo interconectado.
Lara destaca que uma das ferramentas que impulsionam essa evolução é o uso de tecnologias educacionais. Plataformas de aprendizagem on-line, aplicativos e realidade aumentada oferecem oportunidades para aprendizagem personalizada e interativa, afirma.
“Essas tecnologias não apenas facilitam o acesso a recursos educacionais globais, mas também promovem a internacionalização da educação”.
5 dicas para preparar alunos para intercâmbios
- Programa de desenvolvimento de competências linguísticas: Lara sugere oferecer um programa de desenvolvimento de competências linguísticas. Além do inglês, outras línguas estrangeiras ampliam as oportunidades de intercâmbio para os alunos.
- Orientação e aconselhamento especializado: Também é importante disponibilizar serviços de orientação que auxiliem os alunos no entendimento do processo de candidatura para intercâmbios, incluindo a escolha de programas e destinos adequados aos seus interesses e objetivos acadêmicos.
- Currículos internacionais: De acordo com a consultora, implementar ou integrar currículos internacionais, como o Duplo Diploma ou Bacharelado Internacional, pode preparar os alunos para os desafios acadêmicos e culturais de estudar no exterior.
- Parcerias e redes internacionais: Lara também destaca a necessidade de estabelecer parcerias com escolas e organizações internacionais. Segundo ela, isso facilita oportunidades de intercâmbio, incluindo programas virtuais que oferecem experiências internacionais sem precisar viajar.
- Atividades e clubes multiculturais: Promover clubes e atividades que celebrem a diversidade cultural ajuda a criar um ambiente escolar globalmente consciente, preparando todos os alunos para serem cidadãos efetivos em uma comunidade global.
Foto: Imagem de Drazen Zigic no Freepik.
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