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O dia 18 de maio foi o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual Infantil no Brasil. A data também define a campanha do Maio Laranja, criada para dar visibilidade às crianças vítimas de abuso sexual, um problema grave e que é muito maior do que parece.

O último boletim epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde, entre 2011 e 2018, mostra que os registros de abusos, agressões e maus-tratos a crianças de 0 a 9 anos mais que triplicaram. O número de vítimas saltou de pouco mais de 13 mil por ano para quase 46 mil.

A violência ganha formas diferentes. Negligência e abandono, abuso sexual, violência física ou psicológica, torturas, trabalho infantil e tráfico de seres humanos são algumas delas.

Em praticamente 98% dos casos, o agressor é um familiar.

Em quatro anos, quase 180 mil crianças e adolescentes foram estupradas. É como se a cada dia 100 crianças e adolescentes fossem vítimas de estupro. Oito em cada dez dessas crianças vítimas de abuso sexual não tinham completado 14 anos de idade.

Mas o problema pode ser muito maior. Pesquisadores canadenses estimam que o número real de casos de abuso sexual pode ser o dobro do que é efetivamente notificado em todo o mundo. A dificuldade em mensurar o problema está no fato de que na maior parte das vezes a violência acontece dentro de casa.

 

E qual o papel da escola em relação aos casos de crianças vítimas de abuso sexual?

 

Raquel Franzim, Diretora de Educação do Instituto Alana, explica que a escola é um canal importante de ajuda.

Thereza De Lamare, coordenadora do Centro de Atendimento 18 de Maio, que atende crianças e adolescentes vítimas de violência sexual no Distrito Federal, da Secretaria de Estado da Justiça e Cidadania do Distrito Federal, ensina alguns sinais que podem mostrar que tem algo errado com a criança, como excesso de medo, dificuldade de se relacionar e tristeza muito grande.

Segundo o Ministério da Saúde, a violência mais comum contra crianças e adolescentes é o abandono. Mais da metade, 53% dos registros são por esse motivo. Mais de um quarto das crianças e adolescentes, quase 27%, foram vítimas de estupro. As agressões físicas aparecem em terceiro lugar, 24%. Segundo relatório do Conselho Nacional de Justiça, em muitos casos, os agressores não levam as vítimas para receberem cuidados médicos. Em geral, isso só acontece quando a violência assume proporções graves.

 

Fonte: Rádio Agência Nacional, com edição do Escolas Exponenciais