Eventos da USP abordam ciência africana, antirracismo e educação maker
Três eventos serão transmitidos pela Cátedra Alfredo Bosi de Educação Básica da USP (Universidade de São Paulo) nesta semana: dois minicursos e um Encontro. Nesta terça-feira (26), às 19h, será realizado o minicurso Descolonizando as Ciências: Contribuições da Ciência Africana e Afrodiaspórica. Na quinta-feira (28), também às 19h, será a vez do minicurso Educação Maker: Fazer para Aprender. Já o Encontro Transfronteiriço de Educadoras e Educadores Antirracistas acontece na sexta-feira (29), às 14h.
Gratuitos, os três eventos se destinam a professores do ensino básico e estudantes de licenciatura de todo o Brasil e serão transmitidos ao vivo pelo canal da cátedra no Youtube. Não é preciso fazer inscrição.
O minicurso sobre as contribuições da ciência africana será ministrado pela professora Bárbara Carine, da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Ele tem como objetivo “apresentar produções científico-tecnológicas ancestrais e contemporâneas sob a perspectiva africana, buscando ressignificar as bases intelectuais ocidentais problematizando ‘o milagre grego’ – narrativa que assenta a origem de grande parte dos saberes ocidentais à civilização grega”, de acordo com texto publicado no site da cátedra. Para isso, vai apresentar “conceitos fundamentais para o entendimento desse apagamento histórico, tais como pilhagem epistêmica e genocídio epistêmico”. O minicurso também vai trazer o fundamento da filosofia ubuntu – originária da África – para a compreensão de outras possibilidades de ser e estar no mundo, produzindo ciência a partir de outros marcadores existenciais e metodológicos.
Dirigido por uma equipe de educadores, o minicurso sobre a educação maker vai apresentar conceitos e experiências de aprendizagem baseada no fazer. “A criatividade dos alunos se torna o principal elemento de engajamento no processo de aprendizagem ao construir artefatos e estratégias para desenvolver um projeto e/ou resolver um problema. A cultura maker pode ser implementada nas escolas começando com recursos comuns (sucata e objetos domésticos), podendo evoluir para espaços com recursos tecnológicos mais sofisticados”, destaca a cátedra em seu site.
O Encontro tem como objetivo discutir práticas antirracistas na escola. Também ministrado por uma equipe de educadores, ele vai “fomentar o intercâmbio pedagógico-crítico e descolonizador sobre conhecimentos, saberes e práticas educativas antirracistas para as relações étnico-raciais no cotidiano escolar”, como se lê no site da cátedra. “Num olhar transversal, interdisciplinar e interseccional, o intercâmbio visa a compreender as dinâmicas da construção e desenvolvimento dos saberes, práticas e políticas educacionais que atendem à diversidade étnico-racial desde a BNCC (Base Nacional Comum Curricular). Com foco no protagonismo e experiências das/os profissionais e/ou gestoras/es da educação básica, pretende-se também que o intercâmbio possibilite aproximações empírico-teóricas que nos auxiliem a diminuir as barreiras existentes entre a academia e os espaços escolares.”