3 min de leitura

Além de lecionar, muitos professores mantêm uma rotina diária com práticas esportivas, até mesmo como uma forma para potencializar a produtividade profissional. E os alunos do Colégio Humboldt, instituição bilíngue e multicultural (português/alemão), localizada em Interlagos, em São Paulo, ficam sempre surpresos quando descobrem que há educadores que gostam de praticar modalidades esportivas como hipismo, vela, capoeira e boxe.

Por ser um colégio bilíngue português e alemão, alguns educadores da Alemanha passam uma temporada no Brasil exercendo seus cargos na instituição, como é o caso da alemã Lena Franziska Möller. A educadora é coordenadora das turmas alemãs do ensino fundamental II e pratica hipismo desde os 8 anos. Porém, as modalidades de salto e de corrida a três tambores ela conheceu no Brasil, onde reside há quase três anos e participa de competições.

A educadora Lena Franziska Möller é coordenadora das turmas alemãs do ensino fundamental II e pratica hipismo desde os 8 anos
A educadora Lena Franziska Möller é coordenadora das turmas alemãs do ensino fundamental II e pratica hipismo desde os 8 anos

Lena conta que concilia o tempo lecionando e praticando o esporte indo para a hípica no período da tarde. “Vou sentir falta dos três tambores quando voltar para Alemanha, porque é uma modalidade americana que pouco existe na Europa. Por isso quero aproveitar bastante a possibilidade que tenho aqui”, afirma.

O professor de história e educação física Ronny Möller está há dois anos e meio no país e pratica capoeira. “Conheci a capoeira enquanto estudava na Alemanha e fiquei fascinado pela variedade de movimentos, acrobacias, dança, música, luta e interação. Nos anos que se seguiram, continuei fazendo palestras sobre o tema com os alunos em sala de aula, mas não pude prosseguir”, comenta o professor.

Para ele, a luta de movimentos corporais é muito importante para o seu dia a dia como professor, além de aprender mais sobre esta representação cultural. “Eu aprendo muito sobre essa parte da cultura brasileira, me mantenho em forma e a uso em muitas situações nas minhas aulas de educação física”.

Velejando no “quintal” de casa

A vela sempre esteve presente na vida de Victoria Hesse, professora da educação infantil do Colégio Humboldt. “Venho de uma família de velejadores que já participou de Jogos Pan-Americanos e Olimpíadas”. A professora afirma que começou a velejar ainda pequena, aos 6 anos. Porém, a vela começou a fazer parte de sua vida quase diária há oito anos, quando voltou a se encantar com o esporte e a dar aulas para crianças aos finais de semana.

“Me aventurei a conhecer e a praticar diversas modalidades dentro do mundo da vela, barcos de tamanhos diferentes, modalidades diferentes, como prancha a vela e kitesurf. Participo pouco do mundo das competições, mas já participei de alguns campeonatos brasileiros de algumas classes diferentes, como HPE25 e Lightning”, relata.

Diariamente, a educadora se organiza para praticar o esporte, conciliando com suas atividades no colégio. “Tenho um grande privilégio, pois moro em frente a uma represa – é como ter a represa como quintal de casa, que me possibilita ver a condição do tempo “ao vivo” e quando o vento está bom, saio para velejar”, diz.

Entre aulas, lutas e rock

A coordenadora e professora Talita Marcilia concilia o período e aulas na escola praticando boxe e cantando. “O esporte eu faço 5h da manhã! E o canto aos fins de semana. Mas é puxado, não vou negar”, salienta. Na música, Talita é vocalista de uma banda de rock chamada Vangs. “Estamos juntos há oito anos e temos, inclusive, um EP no Spotify”, comenta.

Para a educadora, manter-se ativa em outras áreas do conhecimento é importante para a vida e incentiva seus alunos a fazerem o mesmo. “É muito limitante aquela lógica de dizer que se é de exatas ou de humanas. É importante investir em estar aberto para conhecer o mundo e valorizar as experiências de aprendizagem formais e informais” finaliza.