Inteligência artificial e machine learning podem ser aliadas no processo educativo
O uso da tecnologia no ambiente educacional tem se tornado, cada vez mais, parte da realidade das escolas, sendo uma aliada na formação dos alunos. Impulsionadas pelo ensino remoto e híbrido, as instituições de ensino passaram a enxergar a necessidade de implementar novos recursos, como a assistência de inteligência artificial por educadores e avaliações com feedbacks virtuais por professores, favorecendo o trabalho, o aprendizado dos estudantes e o desenvolvimento da própria instituição. Sendo assim, a tecnologia tem se tornado uma parceira no processo educativo, expandindo resultados positivos quando utilizada da maneira correta.
Uma pesquisa realizada pelo Instituto Semesp (Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior), apontou que, após a aplicação de aulas remotas, professores tiveram uma melhora significativa em seus conhecimentos em ferramentas tecnológicas comparada ao ano anterior, sendo 91,8% e 89,2% dos docentes de instituições privadas e públicas, respectivamente, contra apenas 59,4% dos professores da rede privada em 2020. Segundo o Instituto, os professores avaliaram positivamente o conhecimento em novas ferramentas e softwares de ensino remoto.
O professor e a inteligência artificial
A tecnologia por si só não traz inovação, mas a maneira como ela pode ser aproveitada em cada contexto é que a torna um diferencial e passa a apresentar benefícios aos que a utiliza. Nesse sentido, a Inteligência Artificial (IA) tem sido introduzida cada vez mais para o avanço tecnológico no setor educacional. Como por exemplo, o machine learning, que faz parte da IA e é um sistema capaz de analisar uma grande quantidade de dados por meio de métodos estatísticos específicos, e a partir daí definir padrões e chegar a algumas conclusões.
Cesar Barretto, Executivo de Contas Latam da Turnitin,Turnitin, empresa global de tecnologia educacional, aponta que apesar de ser uma expressão bem comum, a IA tem um aspecto disruptivo por integrar o ensino a distância e presencial, e ir além da simples digitalização. “A Inteligência Artificial na educação funciona como apoio no processo de aprendizagem e contribui de maneira exponencial para a evolução das tecnologias do setor, podendo ser usada de múltiplas formas e em múltiplas atividades”, explica Barretto.
Desafios da tecnologia no ensino remoto e híbrido
Infraestrutura, concentração, avaliação e integridade acadêmica são alguns dos desafios que professores, alunos e instituições enfrentam atualmente. Por isso, a tecnologia precisa ser estruturada às necessidades específicas da educação.
“Muitas vezes, as instituições investem em diversas ferramentas, sem saber como utilizá-las na prática ou entender sua real utilização. A ideia é entender de que maneira é possível automatizar processos e liberar espaço para o que realmente importa, como novas dinâmicas e metodologias em aula, otimização do tempo do professor e feedback efetivo ao aluno”, comenta Barretto.
Contar com ferramentas direcionadas e pensadas exclusivamente para a realidade da educação pode minimizar os problemas. A avaliação, por exemplo, é um desafio constante para os professores, que estão sempre buscando maneiras de avaliar melhor e de maneira justa em um contexto de ensino remoto.
Outro ponto em que os educadores esbarram é o da integridade acadêmica. Em um mundo onde a maior fonte de informação vem da internet, fazer com que o aluno aprenda a referenciar seu trabalho corretamente e receba um feedback adequado, é um desafio. A inteligência artificial surge como uma ferramenta capaz de encontrar similaridades dentro do banco de dados da própria internet e alerta o professor que está fazendo a correção. “Em um estudo da Turnitin, constatamos que, ao usarem o software, 70% dos alunos passaram a produzir textos originais e utilizar citações de forma apropriada”, afirma Barretto.