Jogos e brincadeiras podem melhorar níveis educacionais pós-pandemia
Desde que a pandemia começou, todos nós enfrentamos várias dificuldades e passamos por processos de adaptação para manter as atividades com as restrições impostas pelas medidas de segurança sanitária.
De acordo com dados divulgados este ano pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), crianças perderam habilidades básicas da aritmética e alfabetização. O estudo revela que, em vários estados brasileiros, cerca de três em cada quatro crianças do segundo ano estão fora dos padrões de leitura. Este número está acima da média dos indicadores do período anterior à pandemia, quando os dados apontavam uma em cada duas crianças nesta situação.
Para os especialistas, os danos para a educação das crianças foram graves. De acordo com a psicopedagoga Micheline Orsi, a convivência social é uma parte importante do desenvolvimento e do aprendizado das crianças – e ficou comprometida desde que a pandemia começou.
“Quando a criança passa a ir para a escola, a ampliar o seu núcleo social, ela desenvolve a relação do indivíduo com o outro, ou seja, dela com outras crianças. A partir daí a gente vê avanços no sentido físico, cognitivo e emocional. Na pandemia, um momento de isolamento social, foi possível observar atraso no desenvolvimento das crianças exatamente pela falta de convivência”.
A psicopedagoga Micheline Orsi recomenda que recursos lúdicos – as brincadeiras e jogos – sejam utilizados para melhorar a coordenação motora, o equilíbrio e outras habilidades.
“Não adianta você dar conta do conteúdo que ficou não sendo bem trabalho com as aulas online, porque as dificuldades eram muitas. Você também precisa cuidar do emocional. A criança estando bem emocionalmente, ela se desenvolve bem no pedagógico. E onde entra o jogo nessa proposta? Com os jogos e a ludicidade, a criança desenvolve múltiplas habilidades, principalmente nessa fase inicial da primeira infância. É o momento em que ela é capaz, a partir do jogo, de agir, de pensar de uma maneira muito mais complexa do que demonstra em outras atividades”.
A família deve reservar algum tempo para fazer atividades voltadas para a educação da criança usando recursos lúdicos. Porque a arte de brincar também faz parte da relação de ensino e aprendizagem.
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*Fonte: Rádio Agência Nacional