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Baseada na ideia de que todos os indivíduos possuem um funcionamento neurocognitivo distinto, ressaltando a pluralidade neurológica dos seres humanos, a neurodiversidade tem se tornado um debate importante nos últimos anos, especialmente no que diz respeito à Educação, com o aumento dos diagnósticos de neurodivergências como o TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade) e TEA (Transtorno do Espectro Autista) entre os estudantes da nova geração, por exemplo.

Para a assessora de Formação Digital e Tecnologia Educacional da Aprende Brasil Educação, Iara Aparecida Pereira Penkal, a neurodiversidade é uma compreensão mais ampla da diversidade de funcionamento cerebral e neurocognitivo em toda a população. “A neurodiversidade reconhece que as pessoas têm diferentes formas de pensar, de aprender e processar informações, e, principalmente, que essas diferenças são naturais e valiosas”, detalha.

Ao considerar o ambiente escolar, ela destaca que, quando o professor consegue identificar as caraterísticas individuais dos estudantes e trabalhar com essas características, valorizando a neurodiversidade, contribui para um ambiente mais inclusivo no qual todas as crianças se sentem respeitadas, independentemente de suas características neurocognitivas.

O papel dos educadores diante da neurodiversidade na escola

Os educadores desempenham um papel importantíssimo ao lidar com a neurodiversidade em sala de aula. Entretanto, para a Master em Neurociências e Pós-doutora em Psiquiatria, Telma Pantano, é perceptível uma dificuldade por parte dos educadores ao trabalhar com a neurodiversidade nas escolas.

“É preciso ter estratégias muito distintas para que o processo de ensino possa acontecer. É possível fazer adaptações no conteúdo e nas estratégias que serão utilizadas para ensinar”, explica Telma, ressaltando a importância dessas ações para envolver um número cada vez maior de alunos nesse contexto.

Essa preocupação e responsabilidade devem ser compartilhadas por toda a comunidade escolar, não apenas pelos professores. De acordo com o Mestre e Doutor em Educação, Fábio Oliveira, o aluno é responsabilidade de toda a escola, não somente do professor. “Todos são responsáveis pelo atendimento dessa criança, e essa é uma informação que precisa ser muito bem pensada, porque toda a comunidade escolar deve ser responsável pelo processo educativo dessa criança”, ressalta.

Formação para lidar com o tema

Nesse sentido, Penkal aponta que é necessário focar na formação dos professores, para que eles saibam lidar com a neurodiversidade, preparando-os para que possam, de fato, atuar para potencializar a aprendizagem dos alunos. Isso envolve investimentos em formação continuada e políticas públicas específicas para essa questão.

“É necessário discutir mais sobre o assunto da neurodiversidade, trazê-lo para o debate, além de pensar em um novo currículo para as graduações que, de fato, prepare os professores para esses temas que permeiam a nossa sociedade”, finaliza.

Foto: Envato.