Uma das principais mudanças no Novo Ensino Médio é a possibilidade de impulsionar o protagonismo do estudante, permitindo que ele seja o autor do seu próprio processo de ensino e aprendizagem, sendo um sujeito ativo dentro e fora da sala de aula.
“Aqui um fator decisivo na vida escolar de muitos jovens: a possibilidade de retirá-los, de uma vez por todas, do lugar de passividade, garantindo-lhes uma cadeira mais ativa e menos coadjuvante na trajetória discente. Essa mudança pode ocorrer tanto pelos itinerários formativos, quanto pelo Projeto de Vida. As duas iniciativas são aptas a reconfigurar o modelo, então conhecido de sala de aula”, afirma Gabriel Matos, coordenador do High School da Camino School.
De acordo com Matos, é necessário preparar as crianças e os adolescentes não apenas para o vestibular tradicional do Brasil, mas também para a vida e o mundo afora.
“Faz-se necessário entender onde o Brasil se encontra em relação ao mundo. Citemos nuestros hermanos. Na Argentina, onde há uma distinta educação pública, avalia-se com muito mais assertividade e acurácia na saída do que na entrada de uma faculdade. O Paraguai conta com um modelo bilíngue de ensino – em espanhol e em guarani – logo na largada. O Chile é reconhecido por investir amplamente na capacitação dos docentes”, explica.
Matos defende que, no momento atual, o que deve ser priorizado é a aprendizagem como um todo, que seja real e aplicável, e não mais fracionada e restrita apenas à sala de aula.
“Pensemos naquela escola de uma cidade interiorana, cortada por um rio e cuja economia depende da pesca. Essa mesma instituição de ensino, que precisa criar 40% de carga horária para o estudante do Ensino Médio, terá como atribuição o desenvolvimento de um itinerário sobre piscicultura e pesca, isto é, um passaporte aos estudantes para o mercado de trabalho. O novo Ensino Médio gera uma autonomia para a instituição exercer um papel de motor socioeconômico e cultural”, ressalta.
E o caminho para conseguir colocar tudo isso em prática, segundo o coordenador, deve ser por meio da formação dos professores. “Somente com esse foco em mente é que vamos avançar na implementação de um currículo interdisciplinar, coerente com o previsto pelo novo Ensino Médio, preparando jovens para o futuro, estimulando-os a dançar conforme a música do conhecimento mais interconectado e menos fragmentado”, completa.