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Antes mesmo de começar a planejar com a coordenação pedagógica sobre como trabalhar esse assunto na Educação Infantil, é preciso debater com os educadores sobre o que é educação sexual na escola. Afinal, é necessário garantir que todos os colaboradores entendam a importância de levar esse tema para sala de aula.

E, nesse sentido, vale reforçar que a educação sexual busca informar, de maneira natural e sem constrangimentos, sobre sentimentos, consentimentos, privacidade e proteção.

“Educação sexual é prioridade na proteção da criança, quando à mesma conhece os nomes corretos das partes do corpo, em especial as partes íntimas, quando ela entende o que é carinho, entende sobre consentimentos, ela é capaz de se proteger”, afirma Paula Tonioni, gestora escolar e consultora em sexualidade para pais e professores.

Outro ponto destacado pela profissional é que, ao abordar esse assunto os alunos, é uma maneira de incentivar os bons hábitos de higiene, os cuidados com o corpo e ainda ajudar a preparar o adolescente para uma vida sexual e sentimental mais saudável.

 

Para quem sabe o que é educação sexual, mas tem dúvida de como abordar na Educação Infantil

A importância da educação sexual nas escolas está justamente no fato de poder contribuir para a segurança e proteção dos alunos. E, por esse mesmo motivo, especialistas recomendam trabalhar o assunto, inclusive, na Educação Infantil.

“Muitas vezes as crianças sofrem abusos sexuais dentro do ambiente familiar e elas não compreendem que isso está acontecendo. Através das aulas, aprendendo sobre os conteúdos que citei anteriormente, ela consegue perceber que isso está acontecendo com ela e encontra na professora alguém que ela confia”, pontua Paula Tonioni, gestora escolar e consultora em sexualidade para pais e professores.

De acordo com a profissional, que administra o perfil @paulatonioni no Instagram, uma boa maneira de levar a temática para as crianças pequenas é por meio do lúdico.

“Através de contação de histórias, podendo utilizar fantoches, ensinando as partes do corpo, formas de higiene, ensinando que somente os pais podem dar banhos, ensinando quais partes do corpo a criança pode ser tocada”, sugere.

Outra sugestão da especialista para trabalhar a educação sexual infantil é a utilização dos desenhos. “Pode pedir para a criança desenhar a família, qual integrante familiar ela mais gosta, qual ela menos gosta. Então, ela vai conversando e contando sobre o seu ambiente familiar”, recomenda.

 

Ensino Fundamental: o que é educação sexual?

Nos anos iniciais do Ensino Fundamental, Paula acredita que os alunos já devem ter mais clareza sobre proteção, consentimento e cuidados com o próprio corpo. Para a profissional, nessa faixa etária é fundamental que os alunos já saibam que precisam buscar ajuda de um adulto de confiança, caso eventualmente precisem.

“Com todos esses conceitos já formados, deve-se começar a explicar sobre os perigos da internet, sobre conversas com estranhos, explicar que pode ter um adulto se passando por adolescente do outro lado da tela, sobre não enviar fotos de roupas íntimas ou sem elas”, recomenda.

Segundo Paula, esses são apenas alguns exemplos sobre o que é educação sexual e como o assunto pode ser abordado em sala de aula. Entretanto, a especialista destaca a importância de as instituições de ensino reforçarem com as famílias reforçaram sobre a importância da educação sexual.

“É sempre muito importante que seja reforçado em casa. Fazer educação sexual precisa ser uma via de mão dupla, família e escola precisam estar juntas. É como ensinar a escovar os dentes ou se comportar: é preciso que seja natural”, exemplifica.

 

3 livros para falar sobre educação sexual 

Paula Tonioni, gestora escolar e consultora em sexualidade para pais e professores, listou alguns livros que podem ajudar os educadores a abordarem sobre a educação sexual em sala de aula.

Porém, Paula ressalta a necessidade de os professores lerem o livro antes de apresentá-lo para a turma. “É preciso naturalidade para falar sobre educação sexual, porque de fato é natural, todo mundo vai passar pelas mesmas coisas”, ressalta.

– “Não me toca seu boboca”, de Andrea Taubman.

– “O segredo da Tartanina”, de Alessandra Rocha, Sheila Soma e Cristina Fukumori

– “Meu corpo é especial”, de Cynthia Geisen 

 

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