A primeira semana de aula traz muita ansiedade e expectativas para as crianças e, também, para os pais, mães e cuidadores. Um fator que contribui para que a adaptação escolar ocorra de maneira mais tranquila é a participação das famílias no interior da instituição de ensino.
Durante os períodos mais críticos da pandemia da Covid-19, essa prática foi inviabilizada em muitas escolas, como uma medida de segurança. Entretanto, neste ano, o Colégio Franciscano Pio XII, instituição de educação localizada no bairro do Morumbi, em São Paulo, resolveu retomar essa ação.
Para que essa etapa seja tranquila, a primeira semana das turmas da Educação Infantil do colégio conta com uma programação para facilitar ao máximo o acolhimento dos pequenos, que têm a partir de 2 anos.
Os horários são diferenciados, as atividades não têm a formalidade do papel e, agora, os responsáveis pelas crianças poderem participar – novamente – da adaptação escolar de maneira ativa, permanecendo nesse mesmo espaço, fortalecendo a segurança da criança.
“Este ano retomamos nossa prática de todos os pais entrarem para entregar e retirar seus filhos, o que já transforma o ambiente, permitindo o relacionamento diário com a equipe”, afirma Paula Neves Fava Bon, orientadora educacional da Educação Infantil do Colégio Franciscano Pio XII.
Para a orientadora, esta ação fortalece a confiança entre pais e filhos. “Eles têm um lugar para ficar, com internet se precisarem trabalhar, café e podem ir até a sala do filho na hora que desejarem para acompanhar de perto todo o processo de adaptação. As crianças podem fazer o mesmo, ou seja, ir procurar os pais. Para os menores do G2 (crianças de 2 anos) e G3 (de 3 anos), alguns ainda precisam do apoio na sala de aula e aos poucos vão se soltando e abrindo mão da presença física”, comenta.
Quanto tempo dura a adaptação escolar?
De acordo com a profissional, uma semana de adaptação escolar costuma ser suficiente, mas é preciso respeitar o tempo de cada criança, sempre conversando com a família e também, olhando e ouvindo esse aluno.
“Dizemos às famílias que este é o momento mais importante do ano, pois aqui construímos a relação de confiança e respeito com seu filho e se por algum motivo quebrarmos essa confiança, teremos uma criança que poderá ficar insegura o resto do ano”.
Paula explica que a melhor maneira de negociar com o filho é mantendo as promessas que são feitas. “Os combinados de permanecer, seguir à risca os horários de adaptação, que são progressivos, e não mentir para a criança, dizendo que vai ficar e vai embora, são de suma importância de serem cumpridos”, salienta.
Para fortalecer o vínculo família-escola, é importante o apoio dos pais para que a criança encare esse processo de forma mais tranquila, promovendo a autonomia e transmitindo segurança. “Em alguns momentos, que percebemos que a dependência é da família, também vamos conversando e sinalizando que já podem deixar a criança e ir embora, que ligaremos caso for necessário. Com eles também devemos criar e cultivar uma relação de confiança”, afirma.