Pesquisa revela que 70% dos estudantes de SP relatam sintomas de depressão e ansiedade
Dois de cada três estudantes do 5º e 9º ano do ensino fundamental e 3ª série do ensino médio da rede estadual paulista relatam sintomas de depressão e ansiedade. Os dados são um resultado do mapeamento desenvolvido pela Secretaria da Educação do Estado de São Paulo e o Instituto Ayrton Senna. De acordo com a pesquisa, 70% dos alunos relatam sintomas de depressão e ansiedade.
O estudo contou com a participação de 642 mil alunos no âmbito do Saresp e permitiu analisar a evolução do desenvolvimento de competências socioemocionais no contexto da pandemia.
Do grupo avaliado, um em cada três afirmou ter dificuldades para conseguir se concentrar no que é proposto em sala de aula, outros 18,8% relataram se sentir totalmente esgotados e sob pressão, enquanto 18,1% disseram perder totalmente o sono por conta das preocupações e 13,6% afirmaram a perda de confiança em si.
Estratégias de aprendizagem
Outra análise abordada com os participantes foram as quatro formas mais utilizadas pelos estudantes para estudar – monitoramento, elaboração, esforço e memorização. Quando utilizadas de modo eficaz, essas estratégias contribuem para que os estudantes regulem a própria aprendizagem e, deste modo, consigam atingir melhores resultados. A avaliação mostrou que as estratégias de monitoramento, quando há a verificação da própria compreensão sobre os conteúdos estudados e a autorregulação dos comportamentos para aprimorá-los, são as que mais influenciaram positivamente os resultados em Língua Portuguesa e Matemática no Saresp.
Em contrapartida, a memorização, ou repetir a matéria para decorar o conteúdo e poder repeti-lo, apresentou uma relação negativa com desempenho quando utilizada isoladamente. “Isso não quer dizer que ela não é importante, pois em conjunto com as outras estratégias ela pode ser eficaz. No entanto, o estudante que só memoriza o conteúdo, sem ter um pensamento crítico e acompanha seu aprendizado, pode apresentar menor desempenho escolar”, afirma Tatiana Filgueiras, do Instituto Ayrton Senna.
Violência
A pesquisa também indicou que 5,7% dos estudantes relataram presenciar violência psicológica com muita frequência. Outros 3,8% afirmaram presenciar violência física em casa com muita frequência. Neste cenário, os estudantes mais acometidos são os do 5º ano do ensino fundamental.
Aproximadamente 67% dos estudantes se declararam nada ou pouco capazes de exercitar a competência Tolerância à Frustração. Ou seja, relatam dificuldades para controlar e lidar com a raiva e a irritação diante de situações adversas. Autoconfiança foi a segunda competência mais citada entre os participantes entre aquelas nas quais há maior dificuldade no exercício.