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As alunas Beatriz Schneck de Jesus e Valentina Goetten Santos da Silva, do Colégio Positivo – Jardim Ambiental, de Curitiba, passaram pelas bancas on-line da 21ª Febrace (Feira Brasileira de Ciências e Engenharia) e estão na final da competição. O evento ocorre presencialmente na USP (Universidade de São Paulo), nesta segunda-feira (20), e segue até o dia 24 de março. Um dos diferenciais do evento é que ele estimula os estudantes a aprenderem como se constrói o conhecimento científico, como já abordamos por aqui.

Com o projeto “Neurolinguística: a Cultura da Linguagem”, as estudantes analisaram as principais características culturais refletidas por meio do idioma falado por um povo e identificaram como o aprendizado de uma nova língua auxilia no entendimento e na compreensão da cultura de determinado país.

Além disso, a pesquisa também investigou a maneira como o cérebro é beneficiado pelo estudo de novas línguas e como a comunicação foi transformada ao longo dos séculos.

As jovens já tinham sido destaque na Mostra Brasileira de Inovação, Pesquisa Científica e Empreendedorismo (Mobipe), realizada pelos colégios do Grupo Positivo. “Nós ficamos super felizes por termos passado pelas fases até chegar à final da Mobipe. Mas, sem dúvida, estar entre os finalistas da Febrace é de uma felicidade sem igual”, comemora Valentina.

“Quando passamos na Mobipe e a nossa orientadora disse que iríamos apresentar nosso projeto para uma banca nacional, nem sabíamos o que dizer. E assim como nas primeiras fases, a banca on-line estava cheia de ideias incríveis, mas fomos com o pensamento de mostrar o nosso melhor. E quando passamos foi realmente inesperado e comprovou o potencial do nosso projeto”, comemora Beatriz, que juntamente com a colega Valentina, concorreram na semifinal da Febrace com mais 500 projetos, chegando à final entre os 200 melhores do Brasil. 

Para a professora e orientadora Flávia Amend, o fato de a ideia do projeto sobre neurolinguística ter partido das estudantes já era de se comemorar, mas o empenho delas deixou a educadora ainda mais orgulhosa.

“Quando falamos em ciências, muitas vezes imaginamos algo ligado a química, física ou biologia. Porém, o estudo da linguagem é uma ciência tão importante quanto as demais e possibilitar que jovens possam investigar cientificamente e apresentar dados sobre o estudo que realizam faz com que essa grandeza da neurolinguística possa ser vista por mais pessoas”, afirma.

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A linguagem retratando a cultura 

No cenário globalizado atual, a procura por métodos para a integração cultural vem sendo foco de estudos, tanto da área de neurologia, quanto da linguística. Tendo em vista essa realidade, o estudo da língua é um instrumento de maior relevância para essa aproximação cultural.

Na pesquisa que começou quando as alunas ainda estavam no primeiro ano do Ensino Médio, elas encontraram a importância da variante comportamental do indivíduo que fala mais de um idioma. “A curiosidade em descobrir a relação do cérebro com as linguagens, como se constrói a cultura de um povo por meio do idioma, seus dialetos, foi o grande impulsionador para o desenvolvimento do nosso trabalho e o nosso maior desafio”, afirma Beatriz.

Para atingir o objetivo, com a orientação da professora Flávia, as jovens pesquisaram artigos científicos, sites, fizeram entrevistas com especialistas na área linguística e aplicaram questionários com o público em geral. “Ao final dessas etapas, pudemos perceber que a linguagem possui grande influência no comportamento de um povo e na sua cultura, sendo de extrema importância realizar o estudo sobre as diferentes formas de dialetos para, assim, compreender o comportamento humano”, revela Valentina.

De acordo com o estudo, a evolução da linguagem tem diferentes histórias, porém, não restam dúvidas aos pesquisadores da linguagem que os dialetos surgiram na busca de soluções para os problemas da comunicação. “No que diz respeito à parte neurológica, concluiu-se que diversas áreas cerebrais são ativadas quando se aprende diferentes idiomas – e que isso causa o crescimento de partes específicas do nosso cérebro”, aponta Beatriz. 

A experiência desses dois anos de estudo foi tão importante para as alunas, que elas já  projetam o futuro. Valentina vai terminar o Ensino Médio e pretende cursar Artes Cênicas. “As pesquisas científicas podem beneficiar a carreira em todas as áreas e acredito que o estudo da linguagem tenha muito a ver com a arte”, diz. “A importância de procurar fontes que realmente são confiáveis, aprender com as ideias de outras pessoas, ainda mais sendo um ramo da ciência que me interessa tão profundamente, quanto línguas e neurociência, com certeza, vai me ajudar no futuro”, confessa Beatriz, que pretende cursar Medicina. 

O que é a Febrace?

A Febrace – Feira Brasileira de Ciências e Engenharia é um movimento nacional de estímulo ao jovem cientista, que anualmente realiza uma grande mostra de projetos na Universidade de São Paulo (USP).

A intenção é incentivar a criatividade e a reflexão em estudantes da Educação Básica por meio de projetos com fundamento científico, nas diferentes áreas das Ciências, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática. A mostra de 2023 será presencial e acontecerá entre os dias 20 e 24 de março, e conta com 200 projetos finalistas, de 27 estados.

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*Com informações da assessoria de imprensa