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Com o objetivo de promover a saúde mental da comunidade escolar, um projeto de lei institui a Política Nacional de Atenção Psicossocial nas Comunidades Escolares. Trata-se de uma estratégia para a integração e articulação das áreas de educação e saúde no desenvolvimento de ações de promoção, prevenção e atenção psicossocial no âmbito das escolas.

Projeto prevê promoção da saúde mental da comunidade escolar
Projeto prevê promoção da saúde mental da comunidade escolar

Ao justificar a proposta, assinada por 11 deputados, os parlamentares citam a terceira rodada da pesquisa Impactos Primários e Secundários da Covid-19 em Crianças e Adolescentes, realizada em junho de 2021 pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

No levantamento, 56% dos adultos disseram que algum adolescente do domicílio apresentou um ou mais sintomas relacionados à saúde mental durante a pandemia. Entre os problemas apontados estão: mudanças repentinas de humor e irritabilidade (29%); alteração no sono, como insônia ou excesso de sono (28%); diminuição do interesse em atividades rotineiras (28%); preocupações exageradas com o futuro (26%); e alterações no apetite (25%).

Os objetivos da política são:

  • garantir aos integrantes da comunidade escolar o acesso à atenção psicossocial;
  • promover a intersetorialidade entre os serviços educacionais, de saúde e de assistência social para a garantia da atenção psicossocial;
  • informar e sensibilizar a sociedade sobre a importância de cuidados psicossociais na comunidade escolar;
  • promover a educação permanente de gestores e profissionais das áreas de educação, saúde e assistência social.

As diretrizes para a implementação da Política Nacional de Atenção Psicossocial nas comunidades escolares são:

  • a participação da comunidade escolar e da comunidade na qual a escola está inserida;
  • a interdisciplinaridade e a intersetorialidade das ações;
  • a ampla integração da comunidade escolar com as equipes de atenção primária à saúde do território onde a escola está inserida;
  • a garantia de oferta de serviços de atenção psicossocial para a comunidade escolar;
  • a promoção de espaços de reflexão e comunicação sobre as características e necessidades do indivíduo e da comunidade escolar, livres de preconceito e discriminação;
  • a participação dos estudantes como sujeitos ativos no processo de construção da atenção psicossocial oferecida à comunidade escolar;
  • a promoção da escola como espaço para a veiculação de informações cientificamente verificadas e de esclarecimento sobre informações incorretas;
  • o exercício da cidadania e o respeito aos direitos humanos.

O projeto prevê a criação, em cada escola, no prazo máximo de 60 dias após a data de publicação da lei, de um Comitê Gestor de Atenção Psicossocial, com a participação obrigatória de representantes da atenção básica responsável pelo território e da comunidade escolar, sendo facultada a participação dos serviços de proteção social básica do Sistema Único de Assistência Social.