De quadrinho em quadrinho, com diálogos curtos e envolventes, os gibis podem ser um grande aliado para facilitar o processo de alfabetização de muitas crianças. De acordo com a última pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, realizada pelo Instituto Pró-Livro, em 2019, sobre os hábitos do leitor brasileiro, os alunos do Ensino Fundamental 1 e os universitários são os que mais leem histórias em quadrinhos (HQs).
A pesquisa revela, ainda, que livros de literatura e HQs estão empatados nas preferências dos entrevistados, perdendo apenas para os jornais.
“A leitura contribui com habilidades socioemocionais que o ser humano precisa aprimorar ao longo da vida, como empatia, senso crítico e noção de pertencimento a partir da identificação com os personagens da história. O apelo visual, a dinâmica ágil da narrativa em quadrinhos e o humor presente no enredo fazem com que o momento da leitura seja prazeroso e descontraído, despertando ainda mais interesse pelos textos”, afirma a professora de Oficina de Leitura e Redação do Colégio Positivo, Liliani Aparecida da Rosa.
Responsáveis pela formação de muitos leitores de gibis, Maurício de Sousa e equipe abordam temas diversos e atuais nas histórias, que agradam a todos os públicos. Sempre com novidades, foi possível manter um público fiel por tantas décadas. Na pesquisa do Instituto Pró-Livro, quando perguntados sobre o último livro que leu ou está lendo, dos 37 títulos mais citados, a Turma da Mônica está em terceiro lugar, empatado com Diário de um Banana.
De maneira mais fácil, gibis abordam temas complexos
Uma característica marcante dos gibis é conseguir trazer nos quadrinhos temas complexos para leitores iniciantes, porém de maneira mais fácil. Entretanto, vale destacar a importância de estar atento para que o conteúdo seja adequado à idade da criança.
“Não há dúvidas de que os gibis podem ser fundamentais no processo de incentivo à leitura para crianças, no entanto, pais e professores precisam estar atentos à faixa etária indicativa dos quadrinhos, já que é um universo bastante variado e complexo”, pontua.
A profissional ainda acrescenta que, para a criança evoluir na leitura, é importante disponibilizar outros gêneros narrativos, que apresentam, gradativamente, desafios de leitura.
“Por fim, desenvolver o hábito da leitura em crianças e adolescentes é um processo que inicia pela escuta e leitura prazerosa de obras que os agradem e que, de alguma forma, criam memórias afetivas nos jovens leitores”, completa Liliani.
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