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Desde o início da pandemia, a saúde escolar tem sido um desafio para os gestores. Agora, além de se preocupar com os casos de coronavírus, as instituições de ensino enfrentam um novo desafio: a monkeypox, popularmente conhecida como varíola dos macacos em humanos.

Afinal, como as instituições de ensino podem se preparar para tornar o ambiente escolar seguro? De acordo com o médico Rafael Kader, um dos fundadores da Coala Saúde, a escola tem um papel determinante para que as crianças possam crescer e se desenvolver de maneira saudável.

Promover atividades ao ar livre e com maior circulação de ar auxilia na prevenção e no controle de doenças respiratórias ou infecciosas, como os resfriados. Ensinar noções de higiene, como limpeza das mãos, também são fundamentais. “É preciso ensinar a cobrir com a parte interna do cotovelo quando for espirrar”, exemplifica.

Kader afirma ainda que a família também precisa participar desse processo. “A escola tem que mover as famílias para que alguns cuidados aconteçam não somente dentro dos muros das escolas, mas também dentro das casas”, afirma.

Segundo o médico, é preciso orientar os responsáveis pelos alunos sobre a importância de proporcionar às crianças uma alimentação saudável e balanceada, além de boas noites de sono.

“As famílias precisam promover esses cuidados dentro de casa. Proporcionar momentos de alívio de estresse, momentos de lazer com a família. A imunidade é beneficiada com isso”, ressalta,

Outro ponto destacado pelo médico sobre os cuidados com a saúde escolar é incentivar as famílias a manterem a carteira de vacinação infantil atualizada, o que ajuda na prevenção de doenças e melhora a imunidade.

 

Resfriados constantes

No primeiro semestre deste ano, as crianças pequenas – principalmente – tiveram constantes resfriados. Uma possível justificativa para esse aumento de casos é o próprio isolamento social, período em que os alunos ficaram em casa, sem contato com agentes infecciosos e, sendo assim, desenvolveram menos gripes e resfriados.

“Na volta às aulas, houve um maior relato de crianças desenvolvendo resfriados e sintomas relacionados ao sistema respiratório. Teve um desequilíbrio de imunidade ocasionado pela questão do convívio social”, explica o médico Rafael Kader.

 

Promoção da saúde escolar na atualidade

“Acredito que as escolas nunca tenham vivido um momento tão desafiador relacionado à saúde das crianças dentro da instituição”, afirma Kader.

Além do aumento dos casos de resfriados e do cenário pandêmico, tem crescido o número de pacientes diagnosticados com varíola dos macacos em humanos no Brasil. E, diante deste cenário tão desafiador, como fazer a promoção da saúde escolar?

Para o médico, a instituição de ensino pode se proteger conscientizando os educandos para que eles possam ser agentes multiplicadores do cuidado higiênico e preventivos.

“Os docentes podem educar os pais para estender esses cuidados dentro de casa. As salas de aula também precisam ser limpas e arejadas”, pontua.

Higienizar objetos de uso comum, como maçaneta e corrimão, também é um cuidado que deve ser adotado diariamente, assim como evitar o uso de bebedouros.

 

Varíola dos macacos em humanos e a saúde escolar

Ao notar alunos e colaboradores com lesões suspeitas na pele, Kader aconselha as escolas a evitarem que essas pessoas circulem no interior da instituição de ensino. Outra recomendação é evitar o uso compartilhado de toalhas e roupas no interior das escolas.

Para Kader, é necessário que os gestores estejam atualizados para promover a saúde escolar. “A escola precisa estar preparada para identificar possíveis casos de doença, sejam eles quais forem, desde a Covid-19, doenças mais simples, como os resfriados e agora os casos mais novos, como a varíola dos macacos em humanos”, acrescenta.

 

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