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Crises de ansiedade em alunos, aumento dos casos de depressão entre professores e ondas de violência nas escolas. Esses são alguns dos desafios recorrentes enfrentados pelas instituições de ensino, na retomada das aulas presenciais neste ano letivo. E é por isso que a saúde mental escolar no pós-pandemia tem preocupado os especialistas.

O assunto ganhou até mesmo os palcos da Bett Brasil, maior congresso de educação e tecnologia da América Latina. O evento foi realizado presencialmente entre os dias 10 e 13 de maio e impactou cerca de 30 mil pessoas. Na 7a edição da Educaweek, o assunto também foi destaque. Na ocasioão, Maria Estela B. Zanini, diretora de convivência do Colégio Bandeirantes, ressaltou que “os professores estão impacientes e os alunos desmotivados”.

Ainda na Bett Brasil, Caio Lo Bianco, idealizado e diretor do LIV (programa que desenvolve o pilar socioemocional nas escolas), ressaltou a necessidade de buscar caminhos para impulsionar o debate sobre a saúde mental e prevenção do suicídio nas escolas.

“O suicídio é a segunda maior causa de morte entre adolescentes, de 10 a 19 anos, em todo o mundo, ficando atrás apenas dos acidentes de trânsito. É preciso analisar o papel das escolas e educadores na prevenção ao suicídio juvenil, principalmente, as ideologias por trás das pesquisas convencionais sobre o tema. Se as escolas reconhecessem o suicídio como um problema social e constituinte ao sujeito, talvez uma abordagem diferente fosse possível”, afirma.

 

Saúde mental dos professores

 

Uma pesquisa da Nova Escola aponta que 53% dos casos de afastamento do trabalho por parte dos educadores são por questões relacionadas à saúde mental.

Por isso, além de olhar o desenvolvimento das questões socioemocionais com os estudantes, o atual momento – em que muitas pessoas sentem ainda os impactos da pandemia – também pede um cuidado redobrado e um olhar atento para o emocional dos educadores.

 

Especialista debate sobre as competências socioemocionais e saúde mental

 

Durante a Bett Brasil, Leticia Lyle, diretora da Camino School e cofundadora da Camino Education e da Cloe, ministrou a palestra “Saúde Mental no Futuro”.

No ano passado, a profissional desenvolveu um projeto sobre burnout entre professores, assunto que ganhou ainda mais destaque durante a pandemia.

“Há um boom de pessoas com transtornos de ansiedade e outras questões. A hora de reavaliarmos modelos é agora para que tenhamos menos impacto no futuro. A pandemia desencadeou uma série de problemas socioemocionais e está sendo um alerta de que precisamos olhar com mais cuidado para a saúde mental”, destaca.