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Com o início de um novo ano letivo, o Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) fez um alerta sobre a urgência de ir atrás de quem abandonou a escola ou não conseguiu aprender adequadamente na pandemia. De acordo com o órgão, reverter os impactos na educação com o fechamento das escolas só será possível com estratégias voltadas ao acesso à escola, à permanência dos estudantes nela e à retomada da aprendizagem.

No Brasil, segundo o Unicef, em novembro de 2020 havia mais de 5 milhões de meninas e meninos sem acesso à educação – número semelhante ao que o País tinha no início dos anos 2000. Crianças de 6 a 10 anos já eram as mais afetadas pela exclusão escolar na pandemia, impactando seus processos de alfabetização, e trazendo consequências negativas por muitos anos.

“A pandemia deixou ainda mais clara a importância da escola, e das aulas presenciais, para garantir a educação, a saúde mental, a nutrição e a proteção de meninas e meninos contra a violência. Sabemos que os estudantes mais vulneráveis foram os que menos puderam aprender nesses últimos anos, e muitos abandonaram os estudos. É urgente, então, ir atrás de cada um, e investir para que possam voltar para a escola, recuperar as perdas de aprendizagem e avançar”, ressalta Florence Bauer, representante do UNICEF no Brasil.

Uma das principais estratégias para o retorno desses estudantes à escola é a Busca Ativa Escolar – iniciativa do UNICEF, em parceria com a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), para ajudar a gestão pública a encontrar crianças e adolescentes fora da escola, ou em risco de abandono, e tomar as medidas necessárias para que voltem à escola e permaneçam nela, aprendendo. Desde o início de 2020, mais de 80 mil crianças e adolescentes foram encontrados e rematriculados na escola pelas equipes de Busca Ativa Escolar em todo o Brasil.

Outro ponto destacado pelo órgão é a necessidade de investir na retomada da aprendizagem. Apesar dos grandes esforços de professores e escolas, muitas crianças e muitos adolescentes não conseguiram ter acesso adequado a educação longe das salas de aula.

O Unicef aponta que, no estado de São Paulo os estudantes aprenderam, nas aulas on-line, apenas 28% do que teriam aprendido em aulas presenciais, e o risco de abandono ou evasão escolar mais que triplicou.

 

*Com informações do Unicef