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Enriquecer o processo de alfabetização e letramento dos alunos é um dos propósitos da Rede Farias Brito, que está participando de uma pesquisa inovadora que utiliza um recurso tecnológico de inteligência artificial para os professores avaliarem a fluência na leitura dos alunos.

Ainda em fase de desenvolvimento, a inovação é da Elefante Letrado, plataforma digital que apoia a formação do hábito da leitura e o desenvolvimento da compreensão leitora em estudantes do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental.

A partir da leitura feita em voz alta pelos estudantes, a ferramenta grava e salva os áudios, gerando indicadores rápidos e precisos sobre a evolução da leitura de cada aluno. Como os arquivos ficam armazenados, os educadores também podem acessar para acompanhar o desempenho individual das crianças.

De acordo com a supervisora pedagógica Juzefina Menezes, a nova funcionalidade vai contribuir para auxiliar na avaliação da leitura dos estudantes, otimizando o tempo das professoras, além de contribuir para a construção de leitores autônomos.

“É uma grande oportunidade para colaborar de forma direta com um recurso que irá contribuir com o desenvolvimento das competências leitoras e com a ampliação do repertório vocabular e cultural, por meio de ações que aliam tecnologia e ludicidade”, ressalta.

 

Como funciona a ferramenta?

Além de disponibilizar a funcionalidade da gravação dos áudios de leitura dos estudantes, a Plataforma de Leitura Elefante também faz uma avaliação da qualidade da leitura. Para isso, houve a participação de professores reais, que analisaram e avaliaram milhares de áudios de leitura de crianças, identificando-os nos níveis abaixo do básico, básico, adequado ou avançado.

“Esses critérios foram ‘ensinados’ à máquina (machine learning), que agora consegue reconhecer e avaliar novos áudios de leitura utilizando os mesmos critérios empregados por professores reais”, explica Mônica Timm de Carvalho, CEO da Plataforma de Leitura Elefante Letrado.

Com o recurso, os educadores otimizam o tempo, conseguem constância nos critérios de avaliação e maior possibilidade para projetar sua ação pedagógica para o atendimento das necessidades de cada estudante ou turma.

“Além disso, os docentes receberão a transcrição do texto lido pelo estudante, a taxa de erros e acertos, podendo assim comparar seus próprios critérios àqueles empregados pela plataforma para a avaliação da performance dos alunos”, informa Mônica.

 

Inteligência artificial contribui com o desenvolvimento dos alunos

A nova funcionalidade do Elefante Letrado permite perceber o nível de leitura dos alunos, possibilitando documentar a evolução cronológica da competência leitora das crianças. Segundo Juzefina, isso contribui para orientar o planejamento e mediação da leitura em sala de aula.

“Poderemos pensar estratégias para a evolução leitora, na própria plataforma, enviar atividades, solicitar novas gravações após as atividades que fomentem a leitura e, em seguida, recorrer às gravações para verificar a evolução de cada criança durante o ano letivo. Além disso, de forma motivadora, reconhecer as conquistas das crianças”, afirma.

Para Mônica Timm de Carvalho, CEO da Plataforma de Leitura Elefante Letrado, essa inovação oferece recursos para que a fluência da leitura seja objeto de ensino e de aprendizagem.

“Quando o professor lê em voz alta para os seus alunos, ele inspira e provoca neles o desejo de conquistar a mesma autonomia na leitura – e quando quem inspira se preocupa com o desenvolvimento de quem está aprendendo, as chances de sucesso do aprendiz são muito maiores”, pontua.

Adquirindo uma maior fluência na leitura, os alunos passam a compreender melhor o que leem. “Sublinhe-se: sem fluência, não há compreensão”, enfatiza Mônica.

 

A importância da fluência na leitura no processo de ensino e aprendizagem

A supervisora pedagógica Juzefina Menezes explica que a fluência na leitura tem grande importância para a compreensão textual, pois facilita a construção de sentido do texto, tanto para quem está lendo quanto para o ouvinte.

“Auxilia as crianças a construírem conhecimentos através de estudos individuais e autônomos. Torna possível uma melhor escrita e amplia o repertório para a construção de bons textos, com coerência, expressões adequadas e cuidados aos aspectos gramaticais”, reforça.

Juzefina ainda ressalta que a leitura em voz alta, uma das estratégias sugeridas na plataforma Elefante Letrado, é uma grande aliada na conquista de fluência leitora “uma vez que ao ler e escutar a história, a imaginação e a emoção se fazem presentes, encantando e motivando leitor e ouvinte”.

Na Rede Farias Brito, a prática tem proporcionado aos alunos uma melhor articulação das palavras, atenção na entonação, uso da pontuação, volume e ritmo de voz, tornando a leitura mais interessante e encantadora.

“Ao favorecermos a aprendizagem da leitura fluente, possibilitamos que nossos alunos interajam com mais segurança e façam conexões também com as múltiplas linguagens: científica, artística, corporais, verbais etc., ampliando seu arcabouço cultural e as interações com seus pares”, completa Juzefina.

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Sobre o recurso de inteligência artificial para auxiliar na avaliação da evolução da leitura oral

Mônica Timm de Carvalho, CEO da Plataforma de Leitura Elefante Letrado, conta que a inspiração para criar o recurso que avalia a fluência oral da leitura dos alunos a partir da inteligência artificial surgiu devido à necessidade de desenvolver as habilidades de compreensão leitora dos estudantes. E, segundo a profissional, uma das formas mais efetivas de ampliar essas habilidades é conquistando maior fluência na leitura oral.

“No Brasil, contudo, há pouco investimento pedagógico na correlação que há entre a velocidade da leitura e a capacidade de compreensão do que se lê. Concluídos os esforços para a etapa da alfabetização, parece haver um vácuo de intencionalidade didática no ensino da leitura”, afirma.

Após a alfabetização, Mônica cita que as instituições de ensino dão preferência por investir na escrita desses estudantes e nas suas habilidades de expressão, sendo pouco explorada as atividades que lidam com as habilidades de compreensão leitora.

“É preciso automatizar os processos de reconhecimento de palavras, frases e orações, para que o cérebro tenha condições de se dedicar à atribuição de significado ao texto – e isso é bem simples de ser constatado. Uma criança que lê silabicamente, trancando a leitura quando está diante de sílabas complexas ou de palavras desconhecidas, por certo terá imensa dificuldade em relatar, ao final da leitura, o conteúdo do que leu”, exemplifica.

Por outro lado, um estudante fluente, que identifica com rapidez e correção os diferentes signos linguísticos, pode ter mais condições de apreender o sentido de um texto, conforme explica Mônica.

“Porém, não é simples acompanhar a evolução da fluência da leitura oral de cada estudante de uma turma. Isso exige recursos de gravação de áudios e seu armazenamento para comparação e avaliação posterior. Somente assim seria possível, com um bom grau de assertividade, avaliar o progresso de cada estudante ao longo de um ano letivo”, conclui.

 

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