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Como podemos capturar as melhores oportunidades geradas pela crise, repensar a gestão escolar e seguir adiante com mais força e capacidade para crescer mesmo em um momento tão desafiador?

Quem responde essa difícil pergunta é Messias Barbosa, Gerente Executivo de Novas Parcerias do Edify Education, empresa que oferece um programa de ensino bilíngue para escolas, com mais de 20.000 alunos em 16 estados do Brasil. 

“Nós enfrentamos inúmeros desafios nos últimos tempos, como oferecer descontos, captar e reter alunos, mudar radicalmente a forma de dar aulas, mas certamente geramos também inúmeras oportunidades.”

Para Messias, o grande pulo do gato quando o assunto é o crescimento no mercado educacional é focar em metodologias e gestões ágeis. E para isso, ele ressalta a importância de se fazer um retrospecto dos últimos anos para contextualizar a realidade atual. 

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Linha do tempo: 2020 foi mesmo o ano em que tudo mudou?

Nos últimos 10 anos, aconteceram muitas mudanças ligadas ao mercado de educação. Muitas relacionadas à tecnologia, ao surgimento de plataformas de preparação de alunos, de avaliação de alunos,…  Messias Barbosa lembra que naquele momento, existiu uma forte entrada de capital no mercado de Ensino Básico, com grandes grupos investindo no segmento, diante de uma demanda aquecida por educação de qualidade que nem sempre era bem atendida pelas escolas privadas brasileiras. 

“Muitas pessoas insistem que o mercado está muito difícil, que grandes grupos estão invadindo a Educação Básica, gerando uma concorrência cruel. Mas esses movimentos dos grandes grupos não são os únicos movimentos que estão acontecendo e eu acredito que não é o suficiente para provocar um colapso dentro das escolas.”

Messias lembra que não foram só grandes grupos que passaram a investir em educação nos últimos dez anos, mas pessoas com bem menos recursos que viram uma oportunidade de negócio e se juntaram a pedagogos e amigos para construir escolas. Sem falar no movimento geracional, de famílias donas de escolas que optaram por mudar para uma gestão mais profissionalizada.

“Nós tivemos três grandes movimentos e tudo isso causou uma grande mudança no mercado.” 

Outra grande transformação, a partir de 2015, foi o “boom” de soluções complementares educacionais. 

Segundo Messias, é fundamental analisar a última década para ressaltar que durante todo este período, algumas escolas permaneceram com o mesmo modelo de gestão mesmo diante de tantas mudanças. 

“Para muitas escolas, a crise não nasceu em março de 2020. Essa crise, essa falta de agilidade, já se arrastavam por anos, já existia um modelo falho tendendo ao fracasso e que só foi acentuado a partir de 2020.  Quem não conseguiu fazer uma reflexão, acabou morrendo. Por outro lado, a pandemia acentuou quem já estava fortalecendo para ficar ainda mais forte.”

Como ter uma gestão escolar ágil em meio ao caos 

Mas como ter uma gestão ágil em meio a um cenário tão paralisante e amedrontador? Como ser ágil em um meio a tanta incerteza e em um ambiente de extrema competição?  

Segundo Messias, o manifesto ágil tem três pilares e a capacidade de responder às mudanças é o ponto de partida.

1. É preciso que a escola trabalhe com metas e seja orientada para vendas

Messias chama atenção para o fato de muitas pessoas enfrentarem o “dilema de vender educação”, e que esse é o erro de muitos empreendedores. É preciso ter claro a necessidade de ter sustentabilidade financeira. “Se a escola não vende, ela não consegue gerar valor, não tem impacto, educação não é mercadoria, mas a escola precisa ser financeiramente sustentável.” 

Messias destaca ainda a importância de que todos entendam que um dos objetivos da escola é captar alunos, não só o gestor, mas todos os funcionários, seja da portaria, secretaria, coordenação ou corpo docente. E enfatiza que vender não é colocar todo o time “desesperado” ligando para as famílias na tentativa de conseguir novos alunos. 

Ele ressalta a importância de se entender o perfil das famílias, qual a jornada que o cliente faz até o momento da matrícula. “Por exemplo, uma região que tem uma escola em que boa parte dos alunos são filhos de funcionários de indústria, a abordagem é diferente de uma escola que está em um bairro residencial com um perfil totalmente heterogêneo.”

Messias reforça também a importância da retenção de antigos alunos. “Cada aluno é um embaixador da escola, então, o desafio da retenção é crucial, pois é esse aluno que vai promover a experiência da escola, no período de pandemia ou não.”  

2. É preciso ter capacidade de inovar 

Inovar é pensar simples e resolver o problema do seu cliente. Pode ser inovação tecnológica, pedagógica, ou uma solução simples de atendimento, uma mudança na forma de interagir com a comunidade escolar. É fundamental observar diariamente as oportunidades para criar novas soluções para a demanda dos clientes. “Será que pensamos o tempo inteiro em como poderíamos melhorar a experiência na comunicação com as famílias, por exemplo?”

Messias sugere o modelo de fazer pequenos testes e ver o que funciona, citando o livro de Jim Collins e a expressão “primeiro balas de revólver e depois balas de canhão”.  “Faça pequenos testes com uma turma, com um segmento, e pergunte: funcionou? Então, dê o tiro de canhão, dê o tiro para toda a escola, que vai causar um impacto enorme do ponto de vista educacional, do ponto de vista da sustentabilidade do seu negócio. Seja um pouco ousado, inove, teste diariamente todas as oportunidades que você tem para criar novas soluções. “

3. Busque os melhores parceiros

“Ninguém cresce sozinho e o sofrimento de hoje não é só dos gestores escolares, todos precisam se adaptar, reinventar, repensar processos.” Messias Barbosa ressalta a importância de buscar parceiros que agreguem valor para a escola, que ajudem no crescimento sustentável do negócio, com visão crítica. Segundo ele, é crucial montar um time que ofereça as melhores soluções, aprimorando sempre a gestão, melhorando a entrega pedagógica, a formação docente e a captação de alunos. 

“Divida seu grande sonho, esse é o primeiro ponto para ter uma escola com orientação clara para crescer. Não por acaso nós vimos centenas de escolas fechando nesse momento. Saber vender é algo primordial para qualquer escola.”

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Assista à palestra completa:

Gestão escolar ágil: Como definir metas alinhadas a estratégias de crescimento