O planejamento escolar é uma previsão das atividades pedagógicas que deverão ser trabalhadas no ano letivo. O documento deve servir como uma bússola, conduzindo o “caminho pedagógico” do professor. Segundo a pedagoga Fabiana Firmino, o planejamento deve ser visto como um apoio necessário para que o trabalho flua.
“Se o professor não enxerga dessa forma, acaba fazendo o documento apenas como obrigação para o coordenador da escola. Ao elaborar o planejamento, o professor deve contar com a participação dos atores do ambiente, transformando a realidade a partir da participação, análise e reflexão de todos”, explicou.
Leve sua realidade em consideração
A primeira coisa que o professor e o coordenador devem pensar na hora de elaborar o planejamento escolar é na sua realidade. É fundamental que eles pensem em tudo que o cerca. As dificuldades dos alunos, a estrutura do ambiente escolar em que os participantes estão inseridos: tudo deve ser levado em consideração para que as atividades pensadas e colocadas no planejamento saiam de fato do papel, fazendo parte de um trabalho transformador.
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Como realizar o planejamento do segundo semestre em meio a um cenário de incertezas?
Fabiana lista alguns objetivos do planejamento escolar:
- Facilitar a preparação das aulas e evitar improvisos;
- Proporcionar atividades pedagógicas que estejam de acordo com a realidade – e vale ressaltar que a realidade está sempre em movimento e o planejamento deve acompanhá-la;
- Permitir um ensino com maior qualidade;
- Organizar o trabalho do professor;
- Prever objetivos, conteúdos, estratégias e métodos a partir da realidade dos participantes.
Faça do planejamento escolar seu guia para o ano
A partir do momento em que o profissional entende a importância da elaboração eficiente do planejamento, esse documento passa a ser um grande aliado para a qualidade do processo de ensino.
“O planejamento poderá trazer mais benefícios e qualidade quando os objetivos são claros. Isso possibilita a otimização do trabalho. É importante também apresentar uma ordem sequencial com objetividade, coerência e flexibilidade. Jamais poderemos esquecer que esse documento é flexível”, ressaltou a pedagoga.
A diretora pedagógica da rede Fadelito, de São Paulo, Juliana Cristina Fadel, lembra que o ingresso de alunos na educação infantil acontece durante todo o ano, abrindo janelas de possibilidades para a escola e sendo um período para.
Para o segundo semestre de 2021, ela acredita que os desafios ainda vão continuar existindo na educação. “É preciso pensar muito bem na organização deste período diante de todas as incertezas que ainda existem”, lembrou.
Apesar de ser um momento de crescimento e do cenário otimista de vacinação no Estado de São Paulo, Juliana ressalta que a dinâmica da doença ainda gera incertezas futuras e impacta na receita das escolas. “Nosso planejamento para o segundo semestre é muito sério em relação às despesas, gastar da melhor forma o nosso dinheiro, com organização e treinamento das equipes. Vamos trabalhar bem o acolhimento das crianças e das famílias, e dos educadores também com as práticas que mudaram”, ressaltou Juliana.
Por outro lado, Jhoseph Oliveira, diretor administrativo e financeiro no Colégio Santíssimo Senhor, se diz otimista com a situação que se desenha para o segundo semestre. Em Maceió, onde a escola está situada, a categoria de educação está completamente imunizada contra a Covid-19, o que gera um cenário de oportunidades.
“O cenário é de incerteza, mas precisamos nos planejar para o que pode vir. Os custos aumentaram muito com a sanitização e para que a gente siga os protocolos da pandemia, e precisamos trabalhar no convencimento dos pais sobre isso. Por isso é importante se planejar, pensar em cenário A, B e C, do que pode vir a acontecer”, disse o diretor administrativo.
Planejamento participativo X estratégico
Cada vez mais os estudiosos e educadores ressaltam a importância de se trabalhar com o planejamento do tipo participativo. O planejamento participativo tem como base o trabalho coletivo, com objetivo de solucionar os problemas comuns existentes na realidade dos participantes.
Nesse processo as pessoas envolvidas decidem, discutem, refletem e questionam, ou seja, elas realmente participam e possuem um papel transformador, diferentemente do planejamento estratégico que não conta com essa participação.
“Com certeza a comunidade deve participar. A revisão frequente feita pelo professor faz com que novas atividades sejam incluídas a partir do convívio social e das mudanças que a sociedade sofre a todo momento. Por isso é importante a participação da comunidade”, disse Fabiana.
Já um planejamento escolar estratégico é uma forma que pensa ações para alcançar objetivos e metas. Nesse caso, leva-se em conta a realidade da escola e cria-se uma perspectiva para o futuro. Para esse tipo de planejamento, a instituição precisa ter um diagnóstico concreto para que possa ser planejada as atividades a serem desenvolvidas.
Assista a palestra completa:
Painel Especial: Bate papo com Gestores Escolares