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Durante muito tempo, o 19 abril foi chamado “Dia do Índio”. Mas isso ficou para trás. Hoje o correto é dizer “Dia dos Povos Indígenas”. 

Preparamos um conteúdo especial para você, gestor, compartilhar com sua equipe o porquê dessa mudança e, ainda, confira algumas dicas para celebrar essa data na escola.

Aproveite para conferir um calendário com as principais datas comemorativas para programar na sua instituição de ensino.

 

Índio x Indígena

O termo “índio” vem de Cristóvão Colombo, que, ao chegar ao continente americano, pensou ter desembarcado nas Índias, para onde planejava ir. Durante muito tempo, o termo foi usado sem levar em conta a diversidade existente entre os povos originários do Brasil, os nativos da terra, os chamados “povos indígenas” ou “povos nativos originários”. 

O termo “indígena”, portanto, está relacionado aos povos que habitaram as Américas do Norte, Central e do Sul no período anterior à “colonização europeia”. Então, os povos originários do Brasil não são “índios”, mas, sim, “indígenas”. 

Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), existem no Brasil cerca de 900 mil indígenas, a maioria – cerca de 40% – vivendo na região Norte do país. Os indígenas são divididos entre mais de 300 etnias e falam mais de 270 línguas. Uma diversidade enorme, que contribui para o enriquecimento da cultura brasileira.

 

Dia dos Povos Indígenas: o antigo “Dia do índio”

A forma como a maioria das escolas comemorava a data até pouco tempo era bastante estereotipada: professores preparavam com as crianças cocares de papel coloridos, saias de plumas e pintavam os rostos. 

Apesar de até ser bem divertido, isso acabava reforçando ideias que não representam a pluralidade dos povos indígenas do Brasil. Ou seja, as imagens caricatas terminavam por reduzir as diversas e riquíssimas formas de expressão que existem entre os indígenas. 

E todos os pequenos indígenas ficavam com a “mesma cara”, como se houvesse somente um tipo de etnia, de forma de se vestir ou de se adornar, quando existe tanta diversidade a ser trabalhada!

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Um pouco de história

Mas como surgiu essa data do 19 de abril? Em 1940, no México, aconteceu o Primeiro Congresso Indigenista Interamericano, quando 55 representantes da região se reuniram para discutir a situação dos povos indígenas e criar uma agenda de políticas públicas. 

No Brasil, em 1943, o presidente Getúlio Vargas determinou que o 19 de abril fosse instituído como o dia para chamar atenção no país para a questão dos povos indígenas.

 

Todo dia é Dia dos Povos Indígenas

Muito tempo depois, em 2008, foi promulgada a Lei 11.645/08, determinando o estudo da história e da cultura afro-brasileira e indígena em todas as escolas de Ensino Fundamental e Médio no país. 

Mas ainda hoje, muitas escolas não realizam um trabalho forte em salas de aula sobre esses temas, e ainda partem de uma narrativa do ponto de vista do colonizador europeu, usando o termo “índio” de forma generalista e reducionista. 

Essa apropriação cultural estigmatiza o indígena como figura folclórica ligada ao passado, descontextualizado do presente e de forma simplista.

 

Como comemorar o Dia dos Povos Indígenas na escola?

Mas, afinal, como as escolas devem comemorar o Dia dos Povos Indígenas com os seus alunos? Confira 10 dicas de atividades fazer no dia 19/04 na sua escola.

  1. Promova buscas pelo tema na internet. Existem sites muito legais onde os próprios indígenas contam suas histórias, inclusive por meios de vídeos no Youtube.

  2. Organize rodas de leituras de livros sobre os povos indígenas do Brasil.

  3. Crie uma oficina de arte plumária ou outros tipos de artesanato, como criação de cestas, aproveitando para estudar características de diferentes regiões.

  4. Compartilhe receitas típicas da culinária indígena: paçoca, beiju de mandioca, bolo de milho, pamonha, banana assada… e incentive que os alunos façam em casa junto a suas famílias, promovendo união e um bom divertimento.

  5. Brinque com o vocabulário de hoje e do passado. Existem muitas palavras indígenas que usamos em nosso vocabulário do dia a dia, como abacaxi, açaí, aipim, capim, carioca, catapora, mingau, pipoca… Você pode incentivar pesquisas divertidas e construtivas em dicionários especializados.

  6. Mostre um mapa do Brasil que indique a diversidade das etnias e de onde elas são, aproveitando para estudar sobre as particularidades de cada região, diferenças de línguas, saberes culinários, culturais, religiosos…

  7. Com os alunos mais velhos, uma ideia que fomenta a construção do pensamento crítico é debater sobre a situação dos indígenas no Brasil. Vocês podem conversar sobre temas como garimpo, desmatamento, demarcação de terras, preservação de cultura… Um bom ponto de partida é a recente tragédia ocorrida no território Yanomami.

  8. Incentive que alunos busquem ascendentes indígenas em suas famílias, entre os amigos, colegas… Estimule a investigação do passado, valorizando histórias e saberes que vêm com os pais, avós e até bisavós.

  9. Convide um indígena para visitar a escola e contar ao vivo suas experiências. Muitos vivem em cidades grandes como São Paulo, frequentam universidades, acompanham o desenvolvimento da cultura cosmopolita e da tecnologia sem deixarem de ser indígenas e valorizarem suas origens.

    Estimule a reflexão. Isso é super importante para combater preconceitos e estereótipos. Mostre que os indígenas não vivem somente isolados do mundo com vestes de plumas, como pode aparecer em muitos livros.

  10. E muito importante! Procure trabalhar o tema não somente no dia 19 de abril, mas em todo o ano letivo, isso ajuda a combater o preconceito e a aumentar a informação.

 

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