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Em 8 de março é comemorado o Dia Internacional da Mulher. A data foi escolhida pela ONU (Organização das Nações Unidas) para lembrar a luta das mulheres pela igualdade de direitos. Mas como podemos abordar o Dia da Mulher na escola?

A pedido do Escolas Exponenciais, a pedagoga com experiência em educação infantil, fundamental e EJA (Educação de Jovens e Adultos), Ana Cristina Gazotto, listou algumas sugestões para trabalhar essa temática. 

Dia internacional da mulher: como incentivar meninas na área STEM?

9 dicas para abordar o Dia da Mulher na escola:

1 – Promover rodas de conversa sobre a luta feminista em geral.

2 – Discutir como foram construídas as narrativas sobre as mulheres (grande parte das páginas da História foram escritas por homens brancos, colocando como protagonistas os próprios homens, sem dar a devia importância à atuação das mulheres, principalmente da negra).

3 – Analisar de forma crítica filmes e documentários.

4 – Pesquisar sobre as condições de vida das mulheres na atualidade.

5 – Elaborar uma linha do tempo registrando os avanços e conquistas.

6 – Investir na leitura de livros escritos por mulheres brancas e negras.

7 – Compartilhar biografias de lideranças femininas para que as meninas possam se espelhar e ter expectativas reais inspiradoras.

8 – Refletir sobre a participação da mulher na sociedade.

9 – Produzir curiosidades sobre as mulheres e publicar em redes sociais.

A importância de falar sobre o Dia da Mulher na escola

“Penso que falar de protagonismo feminino, respeito e igualdade não precisa ser papo de uma aula extra no dia 8 de março. Acredito que seja preciso desconstruir o aspecto de data comemorativa apenas para gerar consumismo e proporcionar aos estudantes momentos de diálogo sobre gênero e raça”, afirma Ana Cristina.

Para a pedagoga, é necessário e urgente que o Dia Internacional da Mulher deixe de ser conteúdo trabalhado apenas no dia 8 de março pelo professor de História, mas incorporado no currículo escolar e trabalhado de maneira integrada durante o ano todo nas diversas disciplinas por meio de Projeto Interdisciplinar em colaboração com toda equipe escolar. 

É preciso que seja trabalhada a questão da igualdade de gênero com as crianças desde muito pequenas para que não cresçam acreditando que rosa é para menina e azul para menino, que existem brincadeiras de menina e brincadeiras para meninos, ou que meninos não choram e meninas estão autorizadas a chorar”. 

Para romper com esse padrão, afirma Ana Cristina, é preciso entender que a desigualdade de gênero e o empoderamento feminino não são questões apenas para as mulheres discutirem, faz parte do desenvolvimento das tão faladas competências gerais da BNCC (Base Nacional Comum Curricular), que devem estar na essência do trabalho pedagógico. 

A pedagoga ressalta ainda que a escola precisa colaborar para a transformação de atitudes, combater discriminações, denunciar violência moral, física e sexual sofrida por meninas. “Não podemos enquanto educadores, permitir que se perpetue uma cultura machista em que vamos convivendo naturalmente. É preciso desenvolver boas práticas que empoderem as meninas e possibilitem a reflexão dos meninos. Não devemos permitir retrocessos que ameacem o que já foi conquistado por diversos países, pois os direitos das mulheres, infelizmente, não são os mesmos nos diferentes lugares do mundo”. 

 

Curiosidade 

Na história do Brasil, só tivemos uma Ministra da Educação em diferentes governos e houve um tempo, no início da história colonial, em que as mulheres eram sequer autorizadas a frequentar a escola como estudantes.

Escola de Fortaleza trabalha temática o ano todo

O Colégio Master, em Fortaleza (CE), trabalha o Dia Internacional da Mulher em rodas de conversa, sessão pipoca e cine debates. Também por meio de figuras com grande representatividade na sociedade como Maria da Penha, que deu nome a uma lei sancionada em agosto de 2006 para o combate à violência doméstica e familiar contra mulheres no Brasil.

Segundo Grasiela Cunha, psicóloga e orientadora educacional do colégio, a data também é lembrada com a presença de ex-alunas, que hoje ocupam cargos de destaque nos mais diversos campos da sociedade. 

Um diferencial do colégio é que a temática não é trabalhada apenas no dia 8 de março, mas durante todo o ano por meio do LIV (Laboratório de Inteligência de Vida). “Semanalmente, nossos alunos trabalham diversas temáticas ligadas ao socioemocional, como o respeito às diferenças, a gratidão, a empatia e a como lidar com as emoções”, comenta a psicóloga.

Para a orientadora educacional, é muito importante, também, resgatar a luta histórica das mulheres, trazendo a origem da data, fazendo colagens, criando cartazes e elaborando painéis interativos entre os alunos, a fim de criarem frases de gratidão, força e reconhecimento a respeito das mulheres significativas das suas vidas.

Dia da Mulher na escola: Colégio de Londrina busca resgatar e valorizar a mulher com produção de textos

Em Londrina (PR), o Colégio Universitário aproveita o Dia da Mulher na escola para conscientizar sobre a importância da mulher, repensando o seu papel e sua importância na sociedade com sua independência pessoal e profissional.

“As atividades propostas em sala de aula buscam resgatar e valorizar a mulher com sua luta constante, que foi conquistando seus direitos e ocupando lugar na sociedade; se destacando na política, esporte, justiça e outros, assumindo cada dia mais sua independência social”, explica Fátima Fabril, coordenadora da Educação Infantil da escola.

De acordo com ela, o projeto se dá pela produção de textos relacionados à mulher, confecção de cartazes, pesquisa sobre figuras que ilustram os variados trabalhos realizados pelo público feminino para serem fixados em um mural denominado “Mulheres do Brasil”. 

“O ponto de partida para reunir informações é a sondagem que os alunos fazem em suas próprias casas sobre quais são as tarefas realizadas por suas mães: no lar, no trabalho, com os filhos e com o marido”, diz Fátima.

Segundo a coordenadora, a discussão e conscientização sobre a importância da mulher ocorre durante o processo de produção de peças, o que é fundamental para a assimilação do tema proposto pelo projeto.

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Os associados do Escolas Exponenciais podem acessar um conteúdo exclusivo sobre educação socioemocional. O conteúdo foi desenvolvido em parceria com o LIV, um programa que desenvolve o pilar socioemocional nas escolas de todo o Brasil, criando espaços de acolhimento para ampliar a compreensão de si, do outro e do mundo. Clique aqui para conferir.