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“Imagine se todos nós tivéssemos o simples hábito de separar o lixo antes de colocar na lixeira, se nós tivéssemos o hábito de reciclar e reaproveitar, se nós já tivéssemos ampliado a tecnologia e o interesse da sociedade, de modo geral, de fazer esse reaproveitamento?”, questiona Josi Gomes, economista, escritora e sócia da editora CAB.

Sem dúvidas, essas pequenas atitudes seriam capazes de reduzir a quantidade de lixo produzido diariamente e minimizar os problemas relacionados à saúde e à proteção ao meio ambiente. Mas além da questão ambiental, as atitudes sustentáveis, sejam elas individuais ou coletivas, impactam no desenvolvimento econômico e social de uma sociedade.

Como explica Josi, a sustentabilidade é composta por três pilares principais: econômico, social e ambiental. Quando em equilíbrio, esses pilares permitem alcançar um desenvolvimento sustentável, definido pela Organização das Nações Unidas (ONU), em seu Relatório Nosso Futuro Comum (1987), como: 

“O desenvolvimento que procura satisfazer as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem as suas próprias necessidades”.

Ou seja, o desenvolvimento está alinhado às atitudes do hoje, que refletirão no amanhã. Por isso, a importância de ampliar as discussões sobre sustentabilidade e levá-la para os negócios, as escolas e para nossas vidas de um modo geral.

Sustentabilidade nos negócios

“Hoje, especialmente neste momento de pandemia, o mundo inteiro trouxe o tema da sustentabilidade para dentro de casa, para dentro das instituições, dos negócios de um modo geral, é urgente que a gente repense essa nossa forma de consumir, de fazer negócios”, reforça a sócia da editora CAB.

A sustentabilidade nos negócios ou sustentabilidade empresarial vai muito além da redução de custos. Isso porque, sem distinção, todos os negócios possuem uma função social importante, por exemplo, gerar renda, empregos  e educar; se tratando das instituições educacionais,  a responsabilidade social é ainda maior. 

Enquanto agente social, a escola tem o papel de propiciar trocas de conhecimentos e desenvolver as potencialidades físicas, cognitivas e afetivas dos alunos. Ao mesmo tempo que educa, a escola também cria condições favoráveis para formar cidadãos responsáveis e conscientes da importância da sustentabilidade.

 

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Sustentabilidade na escola: por onde começar

Como entidade econômica, a escola precisa desenvolver estratégias para se manter rentável. Assim, a adoção de práticas sustentáveis nestas instituições podem ampliar o desenvolvimento de atividades lucrativas, sem comprometer o seu papel social. 

Fazendo uma simples analogia, a sócia da editora CAB explica como estruturar um planejamento sustentável na escola:

“Vamos imaginar que cada instituição seja um organismo e cada parte desse organismo tem sua função, cada uma é tão importante quanto a outra. Vamos considerar que uma instituição é composta de áreas como finanças, gestão de pessoas, tecnologia, liderança, todas essas áreas compõem este organismo e todas elas devem estar orquestradas, devem estar funcionando perfeitamente bem para que esse negócio se torne sustentável”.

É importante lembrar que essas análises e avaliações devem ser feitas em cada área, de forma individualizada, para que esse organismo funcione perfeitamente bem. “Quando eu falo da área financeira existem aspectos diferentes da área pedagógica. Então, na área pedagógica eu vou ter um profissional especializado nessa área para tratar sobre o cronograma,  mas quando vou falar da área financeira, tenho que recorrer a um profissional que entenda sobre esse mecanismos”, exemplifica.

Uma vez realizado o diagnóstico, que não é um desafio pequeno, mas é possível e é fundamental, o próximo passo é consolidar essas informações e identificar as ações possíveis de serem realizadas. O ideal é envolver toda a comunidade escolar, desde os pais aos funcionários, para que todos estejam alinhados ao mesmo propósito. 

Confira abaixo quatro práticas sustentáveis para envolver toda a comunidade escolar.

4 práticas de sustentabilidade na escola

Redução de descartáveis – o uso e o descarte excessivo de materiais plásticos, como copos e canudos, ainda causam um grande impacto negativo ao meio ambiente. A redução do uso desses descartáveis, além de ser uma atitude sustentável, gera uma economia significativa nos custos administrativos.  

Alimentação saudável – uma dieta sustentável, isto é, rica nutricionalmente, não só beneficia a saúde, como também contribui para a preservação do meio ambiente. Ao reduzir o uso de alimentos industrializados e aumentar o de orgânicos, por exemplo, prioriza-se o processo de produção sustentável, que vai desde o plantio até o descarte. 

“Se a escola tem cantina, você pode adotar uma postura mais saudável. Alimentos mais saudáveis vão agregar também no seu negócio, porque os pais estão cada vez mais preocupados com essa alimentação”, lembra Josi.

Educação ambiental – a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) tem a proposta de introduzir disciplinas transversais. Dessa forma, a sustentabilidade pode ser trabalhada entre uma disciplina ou outra, na aula de geografia, história, português ou matemática.

“Você pode também trazer para o seu currículo mais assuntos relacionados à educação financeira na sala de aula, a educação ambiental, assuntos que tratam a sustentabilidade dentro da sala de aula, porque você consegue trazer toda essa comunidade, consegue envolver a família em práticas, e eles vão entender efetivamente porque que você tirou o copo descartável do consumo, qual a explicação para isso”, sugere.

Atividades ao ar livre – o contato com a natureza oferece diversos benefícios para as crianças ao propiciar um aprendizado mais ativo e estimular vínculos sociais. Aquelas escolas que possuem um espaço amplo e com área verde podem, por exemplo, desenvolver uma horta coletiva. 

Esse tipo de atividade permite reforçar o que é aprendido nos livros, como a identificação do tipos de solo (geografia) e ciclo de vida das plantas (biologia). Há também benefícios para a saúde mental; a chamada “hortoterapia” é capaz de agir contra o estresse e a ansiedade.

Sustentabilidade é para todos! 

Como bem pontua a sócia da editora CAB, a sustentabilidade é para todos os tipos de escola, independente dos segmentos de atuação e tamanho. As ações adotadas, quando pensadas de forma estratégica, podem gerar economia financeira e diminuir o desgaste dos recursos ambientais, o que consequentemente contribui para a longevidade do negócio.

Existem várias publicações e materiais de apoio para as escolas que desejam se tornar sustentáveis e abordar esse tema de forma multidisciplinar. A Editora CAB, por exemplo, possui um catálogo múltiplo em diversos campos – educação, sustentabilidade, literatura infantojuvenil e gestão de negócios.

Uma das principais coleções da editora, a Série Mundo Sustentável, escrita por Josi, aborda de forma lúdica a sustentabilidade no dia a dia da pequena Júlia. Os quatro livros que compõem essa série são: 

  • O Planeta Sustentável de Júlia (2021); 
  • O Mundo Sustentável de Júlia Começa em Casa (2016); 
  • Férias de Júlia no Sítio Sustentável (2018);
  • Cidade sustentável de Júlia (2018).

O Projeto Negócio Sustentável é outra iniciativa encabeçada por Josi com objetivo de levar a sustentabilidade para as empresas. “Nesse projeto é desenvolvido um cronograma de ações, que é feito junto com os colaboradores das empresas, e a minha consultoria faz um diagnóstico de quais as necessidades, mas basicamente o negócio sustentável leva a empresa a reduzir alguns custos pelo viés da sustentabilidade”, explica.

Como forma de engajar toda a empresa, a redução dos custos é revertida em benefícios para os funcionários, a cada custo desses que é reduzido. “É feito um acordo, “olha, se conseguirmos reduzir isso aqui, vamos reverter em alguns benefícios”, fazemos todas essas ações também utilizando os livros, e essa série faz parte também desse projeto, porque além disso, envolvemos as famílias desses colaboradores”, completa. 

 

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