Tipos de educação diferentes podem ser usados nas salas de aula de uma mesma escola. A internet derrubou as barreiras de tempo e de espaço, fazendo com que muitos conceitos mudassem, inclusive no âmbito da educação.
Atualmente cada vez mais as colégios estão combinando diferentes métodos de ensino. Mas quais são eles e como colocar em prática na instituição?
Vamos começar conhecendo 3 tipos de educação diferentes:
Educação formal
A educação formal é aquela que acontece no sistema de ensino tradicional, ou seja, em escolas e universidades. Sua principal característica é fazer parte de um modelo sistemático, estruturado e administrado de acordo com leis e normas. O currículo é padronizado e as áreas de conhecimento são divididas em disciplinas.
A educação formal atende a requisitos metodológicos, legais, administrativos e levam o aluno a obter uma credencial reconhecida – seja estudando de forma presencial ou à distância, sempre que seguir as diretrizes da LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira), que regulamenta o sistema de ensino público e privado no país.
A educação formal é subdividida em:
- pré-escola ou educação infantil
- ensino fundamental
- ensino médio
- educação de jovens e adultos
- ensino técnico
- ensino superior
- pós-graduação: especialização, mestrado, doutorado, pós-doutorado
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Educação não formal
A educação não formal ocorre fora do sistema de ensino convencional e não resulta em um grau ou em um diploma reconhecido pelo MEC (Ministério da Educação). Esse tipo de educação não precisa atender requisitos metodológicos, legais e administrativos, como acontece em escolas e universidades, nem seguir currículos formais, embora possa fazê-lo. Não trabalha com notas, nem com etapas que precisam ser avançadas. A educação não formal existe para complementar a educação formal, trabalhando disciplinas que promovem o crescimento pessoal, profissional e emocional do aluno. Geralmente acontece em cursos livres, treinamentos, capacitações, programas de intercâmbio, etc.
Educação informal
Também chamada de incidental, a educação informal se dá ao longo da vida e complementa a educação formal e a não formal. Esse tipo de educação não acontece em um ambiente definido, mas, sim, por meio da socialização, como a convivência com familiares, amigos, conhecidos, etc.
Alguns bons exemplos: o que aprendemos em uma visita a um museu, na leitura de um livro, ouvindo um programa de rádio, vendo um programa de TV, assistindo um tutorial na internet, ouvindo um podcast ou participando de um fórum de discussão… É a chamada escola da vida.
Usando os 3 tipos de educação na mesma escola
O Colégio Leonardo Da Vinci Gama em Canoas, região metropolitana de Porto Alegre, é um bom exemplo de como uma instituição pode fundamentar suas aulas nos 3 tipos de ensino, de forma a melhorar o ensino/aprendizado de seus alunos. A primeira unidade da escola foi inaugurada há 30 anos na capital do Rio Grande do Sul e a terceira filial abriu no ano passado, em Canoas. A escola, de origem tradicional – que inclui o ensino de latim como componente curricular obrigatório – tem hoje laboratórios maker para que seus estudantes aprendam conceitos de robótica e desenvolvam o pensamento lógico.
“A escola Leonardo Da Vinci é uma prova de que é possível contemplar as 3 formas de ensino numa instituição de origem tradicional. Um exemplo: nossos professores se baseiam no dia a dia das crianças para ensinar matemática, pois fica muito mais fácil para elas assimilarem o conteúdo. Os alunos trazem para a escola tangerinas e, por meio dessas frutas, aprendem divisão e multiplicação. Depois das experiências práticas, realizadas em grupos, os alunos fazem exercícios escritos e individuais, formalizando a aprendizagem. São dois momentos, o informal e o formal”, conta Viviane Truda, mestre em Gestão Educacional, psicopedagoga e vice-diretora do Colégio Leonardo Da Vinci.
Outro exemplo da mistura de momentos formais com informais se dá nas aulas de literatura. Todos os meses, os estudantes têm que ler livros, incluindo autores clássicos como Érico Veríssimo. “Para o fechamento de um projeto literário, os alunos se caracterizam como os personagens dos livros e viram protagonistas daquela história. E tem ainda a produção de curtas metragem a partir das aulas de literatura”, conta Viviane, entusiasmada com o sucesso dos projetos da escola, entre eles, os que trabalham a formação ética e solidária dos alunos.
E os exemplos não param por aí. Para ensinar fenômenos químicos, os professores da Leonardo Da Vinci falam sobre assuntos desde a composição de um shampoo até as características do álcool e seus malefícios para a saúde – aproveitando a química para tratar de questões importantes para a vida social de adolescentes.
As saídas de campo, a museus, por exemplo, foram interrompidas por causa da pandemia, mas também estão presentes no escopo da escola, como forma de inserir a escola da vida à rotina escolar.
“Ao mesmo tempo que existem essas inovações, nossos alunos têm que fazer provas com notas que vão de 0 a 10, assistir aulas obrigatórias de latim, fazer leituras tradicionais, escrever em cadernos, para desenvolver a caligrafia, e muito importante, é o trabalho que fazemos com disciplina, que tem base no ensino tradicional mas que é fundamental na contemporaneidade. A disciplina organiza o ambiente escolar, por exemplo, com a rigidez na pontualidade de entregas, e isso reflete na vida pessoal do aluno. Resumindo: existe um alicerce no ensino tradicional, mas com uma metodologia nova que faz com que os alunos assimilem melhor os componentes curriculares, ligando conceitos a sua realidade. O ensino tem que resultar em aprendizagem significativa, que é o que uma escola precisa entregar para a sociedade, um aprendizado que faça sentido na vida do estudante”, finaliza.
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