Brincadeiras educação infantil: aliadas na recuperação da aprendizagem
As brincadeiras na educação infantil podem ser fortes aliadas na recuperação da aprendizagem. Primeira mulher brasileira e primeira sul-americana a ser finalista no Global Teacher Prize, considerado o Nobel da educação, e uma das dez melhores professoras do mundo, Débora Garofalo vê com bons olhos o uso de jogos e brinquedos na sala de aula.
“O estudante participa ativamente dessa construção e ele vai mobilizando diversas competências e habilidades, como o raciocínio lógico, a colaboração e a empatia ao passar pelas fases dos jogos”, explicou.
“Cada vez mais a educação, em todas as etapas da escolarização, devem resgatar o lúdico para dentro do processo educativo e não só na educação infantil, onde o jogo já é muito utilizado tanto de maneira concreta como na digital”, avaliou a especialista.
É importante que os jogos sejam trabalhados e que o professor avalie as formas e objetivo pedagógico, se vai trabalhar alguma questão do corpo ou coordenação, e qual jogo escolher.
Dentro da área de educação física, por exemplo, o professor vai trabalhar toda a relação do corpo humano, mas também a questão da colaboração entre os alunos. “Isso faz com que o estudante trabalhe outras habilidades e competências que também são importantes para esse retorno das aulas”, reforça Débora.
Engajar para recuperar
Débora Garofalo explica que a recuperação da aprendizagem não vai ser possível do dia para a noite. Porém, o uso de ferramentas que engajem os alunos é de fundamental importância para que esse processo seja mais fácil.
Por meio do lúdico, os jogos e brincadeiras na educação infantil vão proporcionar esse olhar de pertencimento. “Isso faz com que o estudante aumente a sua carga horária, mas em prol de um objetivo pedagógico. É essencial pensar em brincadeiras e em jogos para que a gente possa recuperar o processo de ensino-aprendizagem. A gente também sabe que não é um processo rápido e que vai levar aí alguns anos para isso”, destacou.
Alunos mais participativos
Arte-educador escolhido como um dos 50 melhores professores do mundo pelo Global Teacher Prize, Jayse Ferreira acredita que é possível engajar os alunos por meio da arte e gamificação.
Ferreira ressaltou que engajar os alunos nas atividades escolares tem sido um dos grandes desafios da atualidade. Para conseguir maior participação durante as aulas, o primeiro passo adotado pelo professor, que atua em escolas municipal e estadual, foi ouvir os estudantes.
“A primeira coisa que fiz foi ouvir meus alunos. Para acertar o que eles precisam aprender, eu preciso primeiro ouvi-los. E o que me chamou atenção foi um aluno perguntando porque não poderia ser divertido”, explica.
A partir desse questionamento, Ferreira criou o projeto “Gameficalive’, cujo objetivo inicial era trazer os elementos da gamificação para dentro da aula. Dois jogos foram incorporados nas aulas: Imagem & Ação e Perfil.
“O primeiro estimula muito a criatividade e o mercado de trabalho quer pessoas criativas e proativas. Já o Perfil, que é um jogo que tem que adivinhar a pessoa, o lugar ou objeto a partir de dicas, estimula meus alunos a correrem atrás do conhecimento”, justifica.
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Usar jogos e brincadeiras na educação infantil com propósito
Débora Garofalo ressalta que a utilização de jogos em sala de aula ajuda a ensinar uma questão fundamental para os alunos que são as regras, já que toda brincadeira conta com alguma regra.
“Também abre possibilidade para resgatar histórias, trazendo brincadeiras de rua para a sala de aula e até jogos de tabuleiro. Tudo isso faz com que os estudantes tenham mais atratividade pelas aulas e também mobilizem seus conhecimentos em prol daquilo que está sendo trabalhado”, destaca.
A especialista reforça que a brincadeira não pode ser trabalhada como uma ferramenta por si só, tendo que estar acompanhado com novas abordagens de ensino. “É essencial trabalhar o ensino híbrido, a personalização do ensino e apresentar novas abordagens e novas ferramentas”, disse.
Quando feito com propósito e aliado a abordagens pedagógicas, os jogos e brincadeiras na educação infantil poderão ser aliados na recuperação da aprendizagem. “O estudante vai mobilizar esses conhecimentos em prol da sua aprendizagem cognitiva e também as habilidades socioemocionais presentes nesse processo”, complementa.
5 brincadeiras educação infantil
- Caça ao tesouro
- Caça palavras
- Imagem & Ação
- Perfil
- Charadas
“Ao fazer uma gamificação como um caça-tesouro, o professor vai mobilizar diversas áreas do conhecimento para que os estudantes possam decodificar aquela brincadeira”, reforça Débora.
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