Como melhorar o rendimento escolar dos alunos sempre foi uma das questões mais presentes no dia a dia dos educadores. E dado o ritmo acelerado das mudanças sociais, o desafio tem se tornado cada vez maior. Afinal, diante dos avanços tecnológicos tão presentes na atualidade, é cada vez mais difícil envolver uma nova geração nos estudos e inspirar as crianças e jovens a serem mais comprometidos, produtivos e organizados na rotina escolar.
Rendimento escolar é considerado a capacidade de os alunos absorverem conhecimento e de serem capazes de aplicá-lo e de expressá-lo. Ele pode ser tido também como resultado dessa habilidade do estudante somada também à competência dos seus professores e da instituição onde ele está inserido.
Entre os fatores que podem levar a um rendimento escolar baixo estão falta de motivação, de interesse, distração, cansaço por excesso de tarefas e provas, problemas familiares, e também, falta de traquejo por parte dos educadores na hora de engajar os alunos no conteúdo. Por isso, a escola tem papel fundamental no desempenho dos seus estudantes e sua responsabilidade não pode ser minimizada.
Como a didática ajuda no rendimento escolar dos alunos
Reavaliar os projetos didáticos empregados e buscar metodologias diferenciadas – que sejam mais adaptadas à realidade dos estudantes – são essenciais para resgatar o interesse e aumentar a motivação dos alunos das novas gerações. Assim, inovação pode ser a palavra-chave quando o assunto também quando se trata de melhoria do rendimento escolar.
“Os jovens de hoje precisam se sentir desafiados e estimulados para fixarem sua atenção nos estudos. O ensino passivo não funciona mais com essa geração e as escolas precisam se adaptar e buscar metodologias que coloquem o estudante cada vez mais como protagonista, com um papel muito mais ativo no processo educacional”, defende Marco Aurélio de Oliveira Filho, professor de História e cofundador do ExplicaMais.
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A ExplicaMais é uma plataforma educacional destinada a alunos desde o ensino médio até a realização do ENEM e vestibulares, que atua em parceria com escolas ou diretamente com estudantes por meio do seu site.
A solução foi criada em 2014 por um grupo de 16 professores, que uniram suas experiências em sala de aula a um grande interesse por acompanhar as mudanças das gerações e aumentar o seu rendimento escolar. Seu projeto pedagógico, desenvolvido nos últimos anos, hoje inclui aulas em vídeo por streaming, listas de exercícios, simulados e até plantão de dúvidas. E os resultados têm sido bastante positivos.
Para Marco, o sucesso da metodologia da plataforma está na combinação de fatores como a opção por distribuir o conteúdo educacional em vídeo curtos e dinâmicos, disponíveis aos estudantes por qualquer canal com acesso à internet, em qualquer lugar ou hora do dia.
“A metodologia parte de uma experiência pedagógica. Todos os fundadores já eram professores com experiência e debatemos muito, procurando elementos importantes que poderiam ajudar o aluno nesse processo de desenvolvimento”, conta. “Além da aula ser curta, para prender a atenção do aluno, todas têm uma rotina: as aulas começam com uma pergunta geradora e ela faz com que o aluno passe toda a aula atento, buscando a resposta. Eu crio o problema e dou a resposta como conhecimento, durante a aula.”
Para o professor Marquinhos, como é conhecido por seus alunos, para reter a atenção dos jovens de hoje e ajudá-los a aumentar sua produtividade e seu rendimento, é essencial ligar o conteúdo escolar à sua vida fora da sala de aula.
“Quando se trabalha uma questão conceitual, muitos alunos, especialmente no nível médio, têm dificuldade de fazer essa abstração. Mas o conhecimento fica mais afixado quando é relacionado a fatos do cotidiano dele, como falar de um acidente de trânsito para ensinar física, trazer a série Breaking Bad para explicar química ou a história de Game of Thrones para explicar um conceito de história.”
Novos estímulos como estratégia de engajamento
Uma experiência distinta para melhorar o baixo rendimento escolar foi desenvolvida pelo colégio Seriös, em Brasília. A gestão da escola decidiu investir nos alunos de forma integral, apresentando a eles diferentes conhecimentos para que pudessem descobrir outros talentos.
Na nova grade curricular, passaram a ser oferecidas aulas de artes, educação tecnológica, design, circo, marcenaria e gastronomia, entre outras. Para a direção do colégio, a nova geração precisa de uma quantidade maior de estímulos para se manter motivada e tem energia suficiente para uma dinâmica mais intensa.
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“Precisamos canalizar isso em uma coisa positiva, pegar o lado criativo dos alunos, sua vontade de buscar conhecimento, falar mais a linguagem deles e fazer com que eles consigam ter foco. Qualquer pessoa, jovem ou adulto de qualquer geração que começa a ser bombardeada por uma série de estímulos tem uma possibilidade muito grande de perder a atenção”, afirma o professor Marco Aurélio.
O que dizem os estudantes
Para a estudante Maria Fernanda de Oliveira Souza, de 16 anos, que usa o ExplicaMais dentre suas estratégias de estudo, a portabilidade de aula tem sido decisiva na melhora do seu rendimento. “Eu uso a plataforma para estudar para a prova quando o conteúdo ficou confuso ou eu não entendi direito, porque eu posso acessar em qualquer lugar e fica muito mais fácil para estudar. Além disso, você pode pausar para fazer anotações, tirar print da tela…”, conta a estudante.
Essa facilidade de acesso à informação a qualquer momento já faz parte da essência das novas e futuras gerações e, para manter os alunos envolvidos, a educação deve acompanhar essa evolução. “Estamos em um momento no qual as informações estão acessíveis para as pessoas o tempo todo, os alunos sentem a necessidade de ter algo na mão, que eles possam assistir quando eles quiserem. E isso funde o conhecimento tradicional a uma metodologia mais nova, que fale a língua dos alunos”, ressalta Marco.
Outra solução encontrada pelo projeto educacional da plataforma ExplicaMais está na divisão dos vídeos pelo site, organizados de forma semelhante às plataformas de streaming de vídeo populares atualmente, permitindo que o usuário navegue entre disciplinas ou se aprofunde em uma delas, como se fossem séries.
Para o estudante Renato Ruiz Rizzo, aprovado em Medicina pela Universidade Federal de Pelotas em 2019, essa sistematização fez toda a diferença nos seus estudos. “A distribuição e subdivisão das disciplinas e suas respectivas matérias me auxiliou na busca pelos conteúdos e na organização dos estudos na minha rotina de estudos”, conta.