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A articulação entre educação e tecnologia passou a ser reconhecida como uma parceria, que tem garantido aprendizado e acesso ao ensino durante a pandemia. A partir de agora, pode ser também uma via para recuperação de aprendizagem. Esta é a visão de diversos pais e responsáveis ouvidos na pesquisa “Educação não presencial na perspectiva dos estudantes e suas famílias”, encomendada pelo Itaú Social, Fundação Lemann e BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), realizada pelo Datafolha.

O levantamento mostra que a maior parte deles (87%) acreditam que o uso da tecnologia foi positivo no desenvolvimento da aprendizagem dos estudantes, na pandemia. Esse número aumenta de acordo com a evolução de cada ciclo escolar, sendo maior (91%) entre aqueles que respondem por adolescentes cursando o Ensino Médio.

Acesso à conectividade e equipamentos ainda é um desafio

Entretanto, os benefícios do uso da tecnologia esbarram nos problemas de conectividade e de acesso a equipamentos. Foi registrado um leve crescimento no número de alunos com computador desde o início da pandemia, de 42% para 49%. Porém, a maior parte (51%) segue sem acesso à computador ou notebook com internet para estudar. O equipamento mais usado é o celular (85%). Mais de um terço (34%) dos estudantes que utilizam o aparelho para fazer as atividades o dividem com outras pessoas, segundo seus responsáveis. Para 27% dos estudantes, a escola é o principal local onde se tem acesso a computadores.

“A necessidade de incluir os estudantes digitalmente é uma demanda antiga, que ficou mais evidenciada durante a pandemia. Ampliar o acesso à internet e promover o letramento digital são os primeiros passos de uma transformação que envolva a todos. Mesmo com a reabertura das escolas, as ferramentas utilizadas durante o ensino remoto continuarão apoiando as aulas e proporcionando novas interações entre estudantes e professores. A implementação de políticas públicas neste sentido deve ser urgente e permanente. Este é, aliás, um direito firmado na legislação por meio da Lei 14.109, de 2020, que estabelece como meta que todas as escolas públicas estejam conectadas à internet de alta velocidade até 2024”, afirma Angela Dannemann, superintendente do Itaú Social.

Apenas 66% das famílias têm acesso a banda larga no país, de acordo com a pesquisa, sendo que a Região Norte registra o menor índice de acesso (47%, contra 75% na Região Sul). Os números também mostram a desigualdade nos meios urbano (68%) e rural (37%) e entre estudantes de diferentes raças – 75% para brancos e 61% para alunos negros.

A pesquisa

Estes são dados levantados pela sétima onda da pesquisa “Educação não presencial na perspectiva dos estudantes e suas famílias”. As entrevistas foram realizadas entre os dias 13 de agosto e 16 de setembro de 2021, com 1.301 responsáveis que responderam por um total de 1.846 crianças e adolescentes com idades entre 6 e 18 anos da rede pública, em todas as regiões do país.

Fonte: Itaú Social e Fundação Lemann