Como impulsionar a recuperação financeira escolar no pós-pandemia?
Mesmo com a retomada das aulas presenciais no início deste ano, as instituições de ensino ainda enfrentam os impactos da crise sanitária da Covid-19. E para promover uma maior reflexão sobre esse cenário, uma palestra realizada nesta terça-feira (11), durante o Congresso Educa Week, abordou a recuperação financeira no pós-pandemia.
Para Alan Barbosa, mantenedor da Monica´s Internacional School, localizada em São Paulo, a gestão escolar precisa mostrar para os pais os principais diferenciais da instituição. E, se possível, ele afirma que o próprio diretor deve apresentar a escola para os responsáveis pelos alunos.
“Os pais querem saber o método da escola. Não cola mais falar que você faz um pouco de tudo. Precisa falar sobre um método específico, você precisa saber o que está falando. O pai valoriza isso. E dá ainda mais credibilidade quando o mantenedor está na frente”, ressalta.
Barbosa contou ainda que uma mãe entrou em contato com a instituição e disse que já havia visitado 29 escolas em busca da melhor opção para o filho, que possui altas habilidades.
Foi, então, que o educador mostrou o diferencial da escola. “A minha escola não é nada igual das 29 escolas que você foi”.
Segundo ele, oferecer em ensino diferencial e um excelente atendimento contribuem para a recuperação financeira neste momento desafiador.
Situação econômica das famílias afeta a recuperação financeira das escolas
Marina Cordaro Camargo, consultora de escolas privadas e sócia da Corus Consultores, também foi uma das palestrantes do debate. Para ela, as dificuldades econômicas enfrentadas pelas famílias não foram tão passageiras quanto se esperava no início da pandemia, o que impacta na recuperação financeira das instituições de ensino.
“A dificuldade financeira dos pais não foi tão passageira quanto gostaríamos e vai permanecer por mais um tempo”, ressalta.
Outro ponto destacado pela profissional é que as escolas não conseguiram retirar as bolsas e descontos que foram oferecidas aos responsáveis pelos alunos durante o período do ensino remoto, durante o isolamento social. “O pai quer desconto e a escola quer aumentar a receita”, pontua.
A perda de poder de compra das famílias também foi uma questão abordada durante a palestra, já que essa situação também influencia diretamente na recuperação financeira no pós-pandemia.
Com menos recursos, Marina afirma que os pais estão optando por manter os custos apenas com a Educação Básica, reduzindo as despesas de cursos extras.
“O pai está priorizando o ensino básico, tirando das atividades extras do contraturno, que sempre foi uma boa fonte de renda das escolas”, destaca.
Destaques da Educa Week
Ainda nesta terça-feira (11), outro debate realizado foi sobre como formar alunos no pós-pandemia. Confira a matéria completa: “Os professores estão impacientes e os alunos desmotivados”, afirma diretora.