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Conhecer outras escolas, novas culturas e fazer networking estão entre os principais benefícios vivenciados pelos educadores, gestores, diretores e mantenedores de escolas que participam de viagens pedagógicas.

Para conhecer mais sobre essa experiência educacional, o Escolas Exponenciais entrevistou Telma Holanda, Fabiane Vitiello e Ana Paula Piti, que são cofundadoras da “Diálogos Viagens Pedagógicas”, uma iniciativa que surgiu há 13 anos.

Tudo começou quando Telma e Fabiane resolveram levar um grupo de amigas educadoras para conhecer uma escola na Argentina. E, então, novos grupos foram formados, dando início a Diálogos, que já somam mais de 55 viagens pedagógicas.

Confira a entrevista e saiba mais sobre essa possibilidade que pode trazer ainda mais impacto para sua gestão escolar.

 

Escolas Exponenciais: Como surgiu a ideia de promover viagens pedagógicas?

Diálogos: Na primeira viagem, há 13 anos, reunimos um grupo de amigas para conhecer uma escola, em Buenos Aires, na Argentina, uma escola que tem como inspiração a abordagem reggiana. Quando voltamos, outras amigas disseram que queriam ir e sugeriram para montarmos outro grupo. Sem percebermos, foi aí que a Diálogos começou a ser gerada.

 

EX: E o que essa primeira experiência proporcionou ao grupo?

Diálogos: A viagem propiciou o deslocamento de uma mulher, de uma educadora, de uma mãe, de uma gestora. De uma mulher que deixa seu cotidiano, sua rotina, seu dia a dia escolar e passa por uma outra fronteira para conhecer novas pessoas, uma nova cultura e, principalmente, para conhecer uma escola que possa inspirar e também possa ser uma oportunidade para ela olhar para si mesma. Quando a gente olha para o outro, a gente se vê. O mesmo vale para uma escola.

 

EX: Quais as principais vantagens das viagens pedagógicas?

Diálogos: Um ponto muito importante é o fato de conhecer outras educadoras de um mesmo país. Quando a gente viaja, não são pessoas apenas de São Paulo. Levamos pessoas do Brasil todo.

Então, dentro do Brasil mesmo, elas podem ter a oportunidade de conhecer contextos muito singulares, mas muito importantes e significativos, como referências em um país que tem essa diversidade cultural.

Fora do país, há possibilidade de muito diálogo entre elas, uma constituição de grupo, de amizade, de trocas de experiências e de um network muito intenso.

 

EX: Quantas viagens vocês já promoveram?

Diálogos: Já são mais de 55 viagens e já demos seis voltas ao mundo. Nas últimas três viagens, conhecemos 14 escolas, da Educação Infantil à Universidade.  Em média, levamos grupos de 25 a 30 educadores.

 

EX: O grupo é formado por quais profissionais?

Diálogos: Tem muito educador, pesquisador e cada vez mais gestor, não só pedagógico, como gestor administrativo, que também tem interesse, quer saber, quer conhecer, quer viajar e conhecer outras escolas.

Para o Peru, há gestoras de clínicas que atendem crianças dentro de suas especificidades e uma gestora administrativa que atua com rede pública de ensino. Atualmente também participam profissionais da arquitetura, pois há o interesse de olhar a arquitetura, os espaços das escolas.

 

EX: Quais viagens pedagógicas foram mais marcantes?

Diálogos: A primeira sempre é a primeira, né? A primeira marcou nosso caminho. Mas tem duas que estão muito latentes na nossa pele.

Todo ano, escolhemos uma palavra para percorrer e essa palavra é marcada no degrau da casa da Diálogos, em Tatuapé. Para este ano, escolhemos a palavra inédito, pensando nesses inéditos de Paulo Freire, nesses inéditos viáveis, na cultura de transformar cada momento da Educação em um novo patamar.

Fizemos recentemente uma viagem para Portugal, onde fomos recebidos por António Nóvoa. Estar na universidade de Lisboa, com ele recebendo o grupo, foi um inédito muito especial.

E para o ano que vem tem a viagem a Bali, que é uma viagem que é para olhar do lado de lá, para a Educação na Ásia, para a Educação do outro lado do mundo, onde o equilíbrio, o viver e o ser são conceituados de outra maneira. Considero que essas viagens pedagógicas, para Portugal e a que está para ser vivida, são grandes marcos.

 

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