A desmotivação dos professores foi um dos assuntos abordados nesta terça-feira (10), durante a palestra “Gestão de Pessoas nas Escolas”, realizada na Bett Brasil. O maior encontro de educação, tecnologia e inovação da América Latina ocorre até esta sexta-feira (13), no Transamérica Expo Center, em São Paulo.
Ao ser questionado por uma pessoa da plateia sobre o que os diretores escolares podem fazer com a desmotivação dos professores, o psicólogo Artur Tacla – sócio da SK Tarpon, um hub de empreendedorismo para articular talento e capital a serviço de projetos de transformação social, sócio fundador da Corall Consultorial e Conselheiro e sócio na Camino Education, deixou uma provocação.
“Está tudo certo estar desengajado, está tudo certo estar desacreditado, está tudo certo você ficar indignado. Aliás, se você não estiver indignado é importante prestar atenção em qual realidade você está vivendo”, afirmou.
Para o profissional, a desmotivação dos professores pode impulsionar novas descobertas até mesmo para a própria instituição de ensino.
“Talvez o desengajamento não seja um problema. Talvez seja a partir daí que a gente possa ajudar, com uma reflexão crítica, a pessoa encontrar onde está a força e a inquietação dela”, sugere.
Nesse sentido, Tacla acredita que o primeiro passo é parar de julgar a dor e o sentimento do outro, incluindo quando se trata de um profissional da sua própria equipe. “A primeira coisa super importante é sair do julgamento que a pessoa desmotivada, triste e deprimida está errada. E se o sintoma estiver certo? O que tem de potência aí?”, indaga.
Especialista em gestão de pessoas comenta desmotivação dos professores
Com mais de 20 anos atuando em gestão de pessoas e há três anos na Rede Damas Educacional, Neilce Holanda também participou da palestra sobre “Gestão de Pessoas nas Escolas”.
Sobre o questionamento de como e escola pode atuar a partir de constatar a desmotivação dos professores, Neilce lembrou que desenvolver pessoas é um desafio em todos os segmentos, porém precisa ser ainda cuidadosa no ambiente educacional.
Com a retomada das aulas presenciais, após um longo período de ensino remoto por conta da pandemia, a profissional afirma que os alunos voltaram para a escola com mais expectativa, assim como as famílias.
“Precisamos trazer os professores para essa causa maior, alinhando com essa nova realidade, para que eles tenham condição de, mais uma vez, se engajar e se desenvolver”, ressalta.