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Neste ano, as escolas públicas e privadas devem implementar, de forma gradual, o currículo do novo ensino médio, que será composto pela formação geral básica, que são as disciplinas obrigatórias, e por itinerários formativos, em que as disciplinas, optativas, ficarão integradas em quatro áreas do conhecimento propostas pela BNCC (Base Nacional Comum Curricular). A mudança tem foco na formação do estudante, no desenvolvimento de suas competências e habilidades, na escolha da área de sua preferência e em projetos de vida e carreira.

No Colégio Humboldt, instituição bilíngue e multicultural (português/alemão) localizada em Interlagos (São Paulo), a preparação para o novo currículo do novo ensino nédio começou em 2018, com a alteração na matriz curricular para criar espaço para as matérias eletivas.

As matérias eletivas do Humboldt fazem parte da grade horária, estão interligadas com o currículo regular e foram criadas para que o aluno escolha a opção que deseja cursar. Dentre as matérias oferecidas, estão Química Nuclear, Perfumes, Democracia: Construções e experiências, Cultura Visual, Lógica de Programação, Conflitos étnicos-nacionalistas e separatismo, e A bioquímica dos alimentos e metabolismo. “Um diferencial é que nosso curso são todos autorais, alinhados com a proposta pedagógica da escola, não terceirizamos nossos cursos”, pontua Talita Marcilia, coordenadora pedagógica desse nível escolar.

A profissional explica que as matérias são oferecidas segundo dois itinerários: um deles é o  MINT (STEM alemão), projeto que recebeu certificação alemã em 2020 e que tem como objetivo estimular o interesse dos alunos pelas áreas de ciências investigativas e de pesquisas por meio da Matemática, Informática, Ciências da Natureza e Tecnologia. O outro é o Sociedade&Cultura que agrega as áreas de Ciências Humanas, Artes e Música.

Porém, a oferta de eletivas foi ampliada em 2022, visando maior possibilidade de personalização da trajetória escolar dos estudantes. Agora, ao todo são 38 cursos autorais. “Abrimos mais espaço e o aluno pode escolher mais matérias, alinhadas aos Itinerários Formativos e ao Projeto de Vida dele”, conta Talita.

Outra novidade foi a inclusão de uma matéria pensada para ser EAD (educação a distância). “Não foi nem pela pandemia. Pensamos no desenvolvimento de autonomia, do aluno saber estudar nesse formato, que hoje é uma realidade até para os cursos universitários. A ideia é formar o aluno para que ele, ainda na educação básica, possa se preparar para esse tipo de modalidade de estudo”, esclarece.

Aluno monta o curso

Segundo Talita Marcilia, coordenadora pedagógica, o aluno pode montar um curso personalizado no novo ensino médio com matérias ancoradas nos itinerários, para escolher as disciplinas de maneira livre. “O aluno vai poder fazer três escolhas por semestre, o que dá, no total, 18 matérias eletivas até o fim desse ciclo. Isso também contribui para o desenvolvimento da autonomia para a escolha, de o estudante poder desenhar uma grade horária que faça sentido para seu projeto de vida”, comenta.

Preparação dos pais

A coordenadora pedagógica Talita Marcilia explica que a preparação com as famílias para a implantação do novo ensino médio no colégio ocorreu por etapas. O primeiro passo foi uma reunião com a mantenedora, que é formada por pais. Em um segundo momento, a conversa foi com o conselho de pais. E, na última fase, foi com as mães das turmas.

“A principal dúvida das famílias era sobre o critério para a escolha das eletivas, porque tem número de vagas, então elas queriam saber se os filhos vão obter as vagas nas eletivas que eles querem. Outra dúvida era sobre as matérias que de fato ficam obrigatórias, como é feita a essa distribuição da porcentagem que é obrigatória e a porcentagem que é eletiva”, conta.