Em SP, escolas são premiadas por prática pedagógica antirracista
Durante o mês da Consciência Negra, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP) vai impulsionar as ações de Educação Antirracista realizadas nas escolas. No ano de 2022, que foi o lançamento e introdução da temática no currículo escolar estadual, diversos projetos de alunos e professores tiveram destaque.
Entre elas, três escolas estaduais que foram finalistas e premiadas no mês de outubro pelo “Projeto Educar com Equidade Racial e de Gênero”, programa de Educação do CEERT (Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades).
Entre as vencedoras estão a Escola Estadual Professora Joana de Aguirre Marins Peixoto, na cidade de Montemor e Escola Estadual Yolanda Conte, em São Vicente. Além da finalista, Escola Estadual Prof Michel Haber, em Franca.
O prêmio que teve sua primeira edição em 2002 e, desde então, ocorre a cada dois anos. O intuito é identificar, difundir, reconhecer e apoiar práticas pedagógicas e de gestão escolar que abordem a temática étnico-racial e de gênero, na perspectiva da garantia de uma educação de qualidade para todos com equidade e antirracista.
Projeto Agenda Antirracista
A professora Janaína Silva Mendes, da Escola Estadual Yolanda Conte, explica como foi a concepção e elaboração realizada pelos envolvidos no projeto Agenda Antirracista.
“As ações envolvem as relações étnico raciais com vista a uma educação antirracista. Ao longo do ano, as atividades pensadas em todos os componentes curriculares têm como objetivo trabalhar por meio de projetos interdisciplinares as questões étnicas e ampliar as discussões sobre identidade e representatividade”, explica.
Entre as atividades desenvolvidas, estão uma apresentação teatral baseada no livro “Você é livre”, de Dominique Torres, uma roda de capoeira com a parceria do projeto social Garagem Ubuntu, debates sobre Diáspora Negra, obras de Machado de Assis e outros poetas negros, além de oficinas de dança africana.
Escola aborda a importância da educação antirracista
Na Escola Estadual Professora Joana de Aguirre Marins Peixoto, o projeto desenvolvido com os alunos mostra a importância da educação antirracista no cotidiano escolar, conforme explica Adriana de Paula, coordenadora do projeto “Resgatando Identidades: o Dia da Consciência Negra e o papel do negro na construção do Brasil”.
“A ideia começou em 2007, com lendas e mitos africanas, através da literatura e história do continente. E desde então já era um projeto pedagógico da escola. E, em 2020, nós trabalhamos com a formação dos professores com essa temática étnico racial e por consequência envolvem os alunos e comunidade escolar”, afirma
A educadora fala também sobre a relevância de a escola ser premiada com essa temática. “Ser premiado é importante para dar visibilidade à escola, ao projeto e à valorização do trabalho que fazemos no dia a dia. E para formamos uma sociedade antirracista, nós precisamos conhecer o que é o racismo, ter conhecimento da nossa cultura, nossa origem e como o Brasil foi formado, também, a partir da história dos negros”, destaca.
Projeto permite ampliar o olhar sobre o outro
“Afrodescendentes: A Beleza e a Riqueza de Ser o que Somos”. Esse foi o tema do projeto realizado na Escolas Estadual Professor Michel Haber, que buscou trabalhar a educação antirracista mostrando aos estudantes como é possível ampliar o olhar do outro para que a escola seja cada vez mais humanizada, rica em diversidade, acolhedora e plural.
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