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Em uma iniciativa que pretende aplicar na educação básica as novas tecnologias de comunicação, a Escola do Futuro da USP inaugurou na última segunda-feira (26), um espaço maker.

O novo ambiente faz parte das ações promovidas pelo Núcleo de Apoio à Cultura e Extensão (Nace) da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP, da qual a escola faz parte, e envolve conhecimentos de arquitetura, design e tecnologia que ampliam as possibilidades para o ensino e treinamento pedagógico de professores.

“O objetivo do Espaço Maker do Nace Escola do Futuro/USP é oferecer a professores e professoras da educação básica o contato com novas ferramentas e tecnologias e, com isso, explorar novas maneiras de educar”, afirma a professora Brasilina Passarelli, coordenadora científica do Nace Escola do Futuro/USP.

O ambiente conta com diversos equipamentos, como impressora 3D, máquina de corte laser, furadeira, serra tico-tico e ferramentas para a criação de experimentos complexos e significativos em sala de aula.

“Entre as novidades do espaço está a presença de artefatos e ferramentas que permitem a prototipagem em sala de aula, o que torna possível que as soluções pensadas por estudantes e professores em sala de aula sejam percorridas em todas as suas etapas: concepção, separação de materiais, criação, testagem e execução”, explica o pesquisador Roberto Garcia Jr., responsável pela área de Inovação e Tecnologia Educacional do Nace.

Segundo ele, esse é um ponto importante: “A transformação da robótica pedagógica nas escolas, com o barateamento dessas tecnologias, tornou possível à educação básica ter acesso a ferramentas até então restritas à indústria”. Como lembra Garcia, o Nace da Escola do Futuro USP acompanhou de perto todo esse processo nos últimos 30 anos.

 

Escola do Futuro e a cultura maker

“É importante pensar que, após um período agudo de pandemia – quando os estudantes estavam muito em frente das telas –, há uma preocupação dos educadores em recuperar uma prática de atividades manuais em sala de aula”, afirma Brasilina.

“É disso que trata a cultura maker. Criar uma maquete é maker, por exemplo. E o que se propõe nas últimas décadas é o acréscimo da tecnologia, de artefatos eletrônicos, para uma aprendizagem criativa num mundo hiperconectado como o nosso. E quanto mais intuitivas e acessíveis as ferramentas, mais fácil para o professor aplicar as TICs em sala de aula”, completa a professora.

Além disso, o Espaço Maker potencializa parcerias da USP com instituições ligadas à educação básica. Como informa Brasilina, o Nace Escola do Futuro já há muitos anos tem como prática a parceria com instituições ligadas à educação básica em ações destinadas a apresentar conceitos ligados à cultura maker e inovações na educação.

“Isso ocorre por meio de convênios formais, caso da Prefeitura do Guarujá, que, em 2020, capacitou 800 professores da rede pública municipal para trabalhar com instrumentos de ensino on-line. Outra possibilidade é por meio de oficinas gratuitas oferecidas diretamente a professores da educação básica”, explica.

 

Parceria tecnológica na Escola do Futuro

O novo Espaço Maker é resultado de uma parceria entre o Nace Escola do Futuro/USP e o grupo Asthor Barden Bloco + (empresa que atua na fabricação de material didático tecnológico). Após a inauguração, estão programados treinamentos para os pesquisadores associados do Nace.

A partir da segunda quinzena de outubro, o Nace Escola do Futuro/USP retoma as oficinas gratuitas para educadores. “Nessas oficinas, são exploradas as potencialidades de diferentes soluções inovadoras que possam ser utilizadas em ambientes de aprendizagem para estimular uma cultura maker”, informa Brasilina.

A partir de 2023, as oficinas serão realizadas quinzenalmente na sede do Nace Escola do Futuro, e haverá também atendimento a Estados e municípios que queiram implementar Espaços Maker em suas localidades.

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Foto: Susana Narimatsu / Nace ECA-USP