Estudo sobre uso de jogos no processo de aprendizagem procura voluntários
Um pesquisador da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos) está procurando voluntários para um projeto que investiga os processos de aprendizagem simbólica a partir do uso de um procedimento gamificado.
O estudo é liderado por Alceu Regaço, mestrando do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da UFSCar. Segundo o pesquisador, o objetivo é testar uma versão gamificada de um procedimento de ensino computadorizado.
“Esse procedimento pode ser empregado, por exemplo, no ensino de crianças com dificuldade em leitura e escrita ou mesmo para o ensino de conteúdo escolar. Gamificar esse processo pode nos ajudar a aplicá-lo em contextos mais amplos, aumentar o engajamento e melhorar a performance dos aprendizes”, afirma.
Podem participar indivíduos maiores de 18 anos e que tenham acesso à computador com internet. A participação dos voluntários é on-line e dividida em duas etapas. No primeiro dia, o procedimento dura cerca de uma hora e a segunda fase tem duração de aproximadamente de dez minutos. Os interessados devem entrar em contato com o Regaço pelo e-mail alceureg@gmail.com ou pelo telefone/WhatsApp (11) 99419-0099.
Gamificação é uma das principais tendências da educação para os próximos anos
Muitos são os desafios na educação brasileira, principalmente em tempos de pandemia e atualizações tecnológicas constantes. Dentre as dificuldades do ensino remoto, existem inovações que visam melhorar o processo de aprendizagem dentro e fora do ambiente virtual.
Segundo especialistas, a gamificação já é uma das principais tendências da educação, uma iniciativa que visa tornar o aprendizado mais leve, atual, dinâmico e divertido.
“A educação nunca mais vai ser a mesma, terão alguns componentes que farão parte da educação do futuro, como o ensino híbrido e o uso de jogos educativos”, comenta Gilberto Barroso, cofundador da startup De Criança Para Criança (DCPC), plataforma digital educacional que já produziu mais de 800 animações a partir do protagonismo infantil dentro das salas de aula.
A aprendizagem colaborativa também é uma das projeções para a educação, demonstrando a importância de o aluno ter autonomia e participar ativamente do processo educacional, fazendo uma imersão no conteúdo estudado. O método utilizado pelo DCPC, voltado para a Educação Infantil e Fundamental I, coloca a criança no centro da aprendizagem e da criatividade, fazendo com que as disciplinas sejam transformadas em jogos e os professores sejam os mediadores desse processo.
“As crianças hoje já nascem nativos digitais e quando chegam na sala de aula, encontram um universo que não é mais compatível com a velocidade que atende o anseio dessas crianças. O maior tempo que adolescentes e crianças passam hoje em dia é jogando. Então, induzir o sistema de ensino em que a gamificação tem a mesma lógica atrai as crianças para uma metodologia mais atualizada e de mais fácil entendimento”, ressalta Barroso.
Por isso, o profissional defende a ideia de que a gamificação já deveria ser aplicada até mesmo nos anos iniciais. “Quando você cria um jogo em que a criança coloca, por exemplo, hora digital e hora analógica, o princípio e a lógica são muito simples. O método entra como uma maneira de ensinar através de certos atributos, em que você dá ao aluno a possibilidade de destravar outras fases e no momento em que ele sente que ele completa a missão e abre outras portas, traz a sensação de que a busca foi avançada”, completa.