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O equilíbrio socioemocional e o desenvolvimento do senso de cuidado coletivo se tornaram latentes nos últimos anos. Por isso, são muitas as escolas que passaram a ter um olhar ainda mais atento sobre a educação emocional, incentivando os alunos a desenvolverem competências intra e interpessoais e com habilidades para lidar com os conflitos.

E foi com esse olhar cuidadoso e atento ao desenvolvimento integral dos estudantes, que algumas instituições de ensino resolveram incluir os pets nas escolas como aliados para trabalhar essas questões. 

O Colégio Itamarati, de Ribeirão Preto, criou o PetDay, quando os estudantes podem levar seus animais de estimação para passar um dia na escola. A ação tem como objetivo conscientizar as crianças sobre a tutela responsável, o respeito aos animais e o controle emocional. 

“Além do convívio e do pet play, que montamos para os pets se divertirem, também trouxemos uma adestradora para falar sobre a importância de perceber e respeitar os sinais que o animal nos dá. Além disso, fizemos uma oficina de bandanas, na qual os alunos trabalharam com estamparia e criaram um belo presente para enfeitar o companheirinho deles”, conta Aline Fernanda Tapetti, Coordenadora Pedagógica Fundamental Anos Iniciais da escola e idealizadora do projeto.

“Esse projeto também beneficiou os alunos que nunca tiveram a oportunidade de conviver com animais de estimação e viram a chance de interagir com o animalzinho dos amigos”, completa.

 

Animais contribuem com a educação emocional, segundo pesquisa

De acordo com um estudo realizado na Austrália pela Pediatric Research, crianças que tinham contato direto com cães apresentaram 30% menos chances de desenvolver problemas de relacionamento com seus colegas em comparação às que não conviviam com animais.

A pesquisa ainda revela que 40% tinham mais facilidade de conviver com outras pessoas, sendo que 34% eram mais engajadas em situações de convivência. Os dados corroboram com a escolha feita por algumas escolas em incluir os pets para impulsionar a educação emocional.

Esse também é o caso do Colégio Novo Tempo, que adota a filosofia sociointeracionista e mantém um Núcleo Ambiental, onde os estudantes têm contato direto com a natureza e com animais.

Entre eles, está a cabra Lilica, xodó dos alunos e dos professores. A mascotinha da escola passeia de coleira e é tão querida que ganhou até festa de aniversário. Além da Lilica, os alunos do Colégio Novo Tempo também convivem com as codornas e as coelhas Jurema, Pelúcia, Mika e Naná.

Com foco ambiental e socioemocional, o projeto estimula os estudantes a resolverem problemas complexos do dia a dia, fortalece o sistema imunológico, desenvolve o espírito de cooperação e afeto.

“Qualquer ser vivo reconhece quando é amado e bem cuidado, isso vale para plantas e animais. Aqui mostramos a importância da preservação do meio ambiente com as atividades do plantar, colher e degustar. Com os animais que temos aqui mostramos que não são só cães e gatos que precisam ser tratados com carinho e respeito”, explica Gabrielle Gravanich, bióloga responsável pelo Núcleo Ambiental.

 Já o Colégio Acesso, unidade Campo Largo (PR), possui um casal de jabutis, Juca e Lola. No ano passado, os répteis e a comunidade escolar ganharam um novo companheiro, o cãozinho Paçoca. O nome foi escolhido pelos mais de 120 alunos da unidade que receberam com amor e carinho o mascotinho, adotado no centro de proteção dos animais, ONG SOS 4 Patas. 

 Segunda a Diretora do Colégio Acesso, Juliana Caroline Corna, a adoção teve como intuito proporcionar aos alunos a alegria de conviver com um animal de estimação, pois muitos não possuem pets em casa.

“O Paçoca é dócil e muito carinhoso. Ele sempre recepciona as crianças e os pais na entrada e na saída da escola”, relata a gestora escolar que aproveitou o movimento para conscientizar a comunidade escolar de que animais de rua podem ser adotados e oferecer amor.

“Temos dois alunos que tinham receio em tocar no Paçoca, um deles por causa do barulho alto do latido. Nesses casos fizemos um trabalho direcionado, com respeito aos limites de cada aluno. Após esse trabalho da nossa equipe, as crianças correm e brincam com o cãozinho como se nunca tivesse havido receio entre eles”, explica.

 

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