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Após mais de dois anos de pandemia da Covid-19, a recuperação da aprendizagem é a prioridade, e também um dos maiores desafios, das redes municipais de ensino. Isso é o que mostra a 8ª pesquisa realizada pela União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) com apoio do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e Itaú Social.

De acordo com o estudo, em mais de 85% dos municípios, escolas e Secretarias de Educação têm trabalhado juntas para avaliar as lacunas de aprendizagem e criar estratégias para a recomposição de saberes.

A pesquisa traz as principais estratégias que têm sido utilizadas para a recuperação da aprendizagem, sendo elas: reuniões com coordenadores e diretores fazem parte da rotina mensal ou bimestral de 91% das redes; seguido de visitas às escolas (90%), reuniões com professores (72%) e monitoramento dos resultados de avaliações internas (71%). A maioria dessas atividades tem sido realizada de maneira presencial.

As atividades de recomposição da aprendizagem têm acontecido, majoritariamente, de maneira presencial – com atividades no mesmo turno ou no contraturno escolar. Atividades de recuperação remota são citadas por menos de 4% das redes.

 

Desafios para recuperação da aprendizagem

Entre os desafios apontados pelas redes para o planejamento e a implementação de estratégias de recuperação da aprendizagem está, principalmente, a falta de condições logísticas e de infraestrutura.

O apontamento inclui dificuldades de transporte escolar dos estudantes e alimentação para a realização de atividades presenciais no contraturno, e falta de conectividade para realizar as atividades remotas. Outros desafios de planejamento incluem a participação das famílias e a motivação de estudantes e professores.

“Nas duas últimas edições da pesquisa, os municípios apontaram a questão da conectividade como um dos grandes desafios para gerar acesso dos estudantes às possibilidades de recomposição/recuperação, de potencialização das ações pedagógicas e, sobretudo, de equidade”, ressalta o presidente da Undime, Luiz Miguel Martins Garcia, que é dirigente municipal de Educação de Sud Mennucci (SP).

Para Angela Dannemann, superintendente do Itaú Social, a recuperação de aprendizagem é fundamental para enfrentar um cenário de aprofundamento das desigualdades. “Os desafios são enormes, mas não impossíveis de serem solucionados. Neste momento, projetos e parcerias bem estruturadas são fundamentais para que as redes e escolas tracem estratégias que vão além de uma aula de reforço e engajem alunas, alunos e suas famílias na rotina escolar”, explica

 

Sobre a Pesquisa

O levantamento ouviu, entre 19 de julho e 9 de agosto deste ano, 3.245 Secretarias Municipais de Educação com o objetivo de coletar sistematicamente dados sobre como têm sido o planejamento 2021-2022 e a oferta de educação para 2022; como as redes estão se preparando para o retorno ao ensino presencial; como estão as medidas de segurança sanitária, incluindo vacinação; e quais são os principais desafios das secretarias municipais neste momento. A pesquisa contempla respostas de 62% do total de municípios brasileiros, o que representa mais de 14,2 milhões de matrículas.

 

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*Com informações do Unicef