Design Thinking na prática: o exemplo de quem ensina com essa metodologia tão inovadora
Levar uma proposta diferenciada para as escolas com o objetivo de apoiá-la a preparar seus alunos para o mundo atual. Desenvolver cada criança e adolescente de forma íntegra e estimulando o desenvolvimento das chamadas competências para o século XXI. Tudo isso sempre voltado para a chamada cultura de inovação.
Essa é a missão do Nave à Vela, uma empresa com sede em São Paulo que atua em mais de 160 escolas, em 15 estados brasileiros e que já impactou mais de 55 mil alunos. O Nave à Vela acredita que pode transformar a educação utilizando a Cultura Maker e realizando projetos baseados no Design Thinking como ferramentas pedagógicas.
“Nós desenvolvemos com a escola o que chamamos de Base Curricular de Cultura para Inovação, ajudando as instituições de ensino a desenvolverem seu próprio currículo inovador e fornecendo a elas recursos, conteúdos e atividades que desenvolvam aprendizados, habilidades e competências voltadas para essa cultura de inovação”, diz Rafael Quarterola, Gerente de Sucesso do Cliente do Nave à Vela.
A empresa vem utilizando com sucesso valores do Design Thinking em seus projetos com alunos desde o primeiro ano do ensino fundamental até o ensino médio. Entre esses valores estão empatia, colaboração e experimentação. “A nossa ideia é que por meio da realização de projetos, os alunos desenvolvam esses valores ao mesmo tempo em que buscam soluções para problemas reais. A ideia da Cultura Maker é exatamente construir algo não somente pelo fato de colocar a mão na massa, mas construir algo com o propósito de impactar positivamente a vida do outro”, explica Rafael.
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Ele diz que acredita muito na junção da Cultura Maker com Design Thinking, pois as duas metodologias têm como base: inovação, a prática voltada a colocar a mão na massa, o desenvolvimento da criatividade, o fazer sem medo de errar, o compartilhar e o resignificar.
“Os nossos trabalhos são realizados em grupo e nós valorizamos muito o erro como caminho do aprendizado.”
A proposta do Nave à Vela é realizar em cada escola 2 temas por ano, sempre com base nas etapas do Design Thinking. Ou seja, desde a apresentação de um desafio a ser solucionado até a criação de um protótipo a ser apresentado, reforçando nesse momento o desenvolvimento de habilidades de comunicação. Todos os projetos também utilizam ferramentas do DT, como, canvas de persona, brainstorm, jornada do usuário e mapa de empatia.
Rafael explica que os projetos da empresa têm temas bastante variados, mas sempre estão voltados para o mundo atual sustentabilidade, catástrofes ambientais, segurança pública, desemprego no contexto da Indústria 4.0, manipulação de dados (Fake News) e pandemia.
“A gente ajuda a escola a fazer o mapeamento do que seus alunos precisam e a partir daí a organizar como isso será trabalhado com cada turma”, completa.
O exemplo de uma escola que usa Design Thinking com muito sucesso
Uma das escolas com que o Nave à Vela compartilha sua expertise em Design Thinking e Cultura Maker é o Colégio Salgueiro, em Interlagos. Fundada em 1975, a escola tem como missão formar cidadãos éticos e globais com fortes valores humanitários.
O Nave à Vela realiza projetos com alunos do Colégio Salgueiro desde o primeiro ano do Ensino Fundamental ao segundo ano do Ensino Médio. Este ano um único tema foi escolhido para ser abordado em todas as turmas do quinto ao oitavo ano, mas com níveis de complexidade diferenciados, de acordo com a idade dos estudantes. Com o projeto chamado “Alimentação, Fome e Desperdício”, a escola, em parceira com o Nave à Vela, busca fazer links com o currículo de base, de forma a fazer com que os estudantes possam aplicar os conceitos em diferentes disciplinas.
“No quinto ano, por exemplo, os alunos estudam os aspectos nutricionais dos alimentos e alimentação saudável. No sexto ano, o foco é como os alimentos impactam a sociedade, mostrando as diferenças em relação à alimentação entre quem vive no campo e em lugares industrializados. Já no sétimo ano, os alunos investigam a linha de produção dos alimentos, com grandes ligações com biologia, história, geografia… E por fim no oitavo ano, os alunos abordam o processo de produção alimentícia de acordo com a especificidade de cada local, envolvendo clima, acesso à tecnologia…
Rafael Quarterola explica que para começar um projeto como este é muito importante fazer uma pesquisa prévia do que os estudantes já sabem, usando perguntas disparadoras para entender o repertório deles.
“Os projetos, geralmente, são divididos em seis aulas, e em cada uma delas é trabalhada uma etapa do Design Thinking: sempre partindo da explicação de um problema, como fome e desperdício de mercados e restaurantes, da horta ao lixo, a situação alimentar da população de rua, agricultores, pecuaristas, pescadores, cultivo, comercialização. A partir dos temas apresentados cada turma faz sua pesquisa para definir em que tema vai se aprofundar e trabalhar em busca de uma solução”.
Depois de muita pesquisa, chuva de ideias, e criação de um protótipo, os alunos fazem testes e finalmente apresentam suas criações na escola ou também para suas famílias.
“O importante é sempre pensar em algo que seja viável e que tenha aplicabilidade na vida real. E, acima de tudo, que gere impacto positivo na sociedade”, finaliza.
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