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2020 tinha tudo para ser um ano excelente no Colégio Seice, em Duque de Caxias, Rio de Janeiro. A taxa de ocupação estava em quase 100% e os planejamentos pedagógicos haviam sido organizados com antecedência. Mas em meados de março, o Seice e escolas de todo o Brasil foram surpreendidos com a suspensão das aulas presenciais. 

Na época, a diretora e mantenedora do colégio, Cristiana Pappacena, relembra que recebeu a notícia do fechamento das escolas no estado às vésperas do período de avaliações, e sua reação, de surpresa, foi comum a muitos gestores. “Nós estávamos para entrar em uma semana de avaliação, de testes, e eu falei “Meu Deus, e agora?”, relembra. 

Em questão de horas, a diretora e os professores do Seice organizaram um plano de emergência e optaram pela realização das atividades online. No mesmo dia, os demais colaboradores da instituição foram convocados e tomaram conhecimento da situação, ainda muito incerta, mas que exigia um esforço conjunto para dar continuidade aos processos. 

“Inicialmente nós tivemos um pouco de dificuldade, principalmente pela incerteza dos pais. Eu precisei que a equipe, realmente, entendesse qual era a situação e que ela começasse a ajudar a gente no processo de comunicação […] nós temos esse aplicativo de comunicação, o ClassApp, com acesso restrito a alguns canais, e diante a pandemia, a gente percebeu a necessidade de abrir esses canais, visto que a demanda de dúvidas foi gigantesca”.

Nas escolas do Grupo Zeta, após o anúncio da suspensão das aulas, as decisões seguintes também ocorreram de forma conjunta. De acordo com Kárystha Aliã Leal Caetano, Head de Marketing e Comunicação Educacional no Grupo, a primeira atitude foi montar um comitê de gestão estratégica para fornecer amparo pedagógico, tecnológico e metodológico.

”Quando a gente teve esse marco importante nas nossas escolas, nós reunimos alguns especialistas de fora nessas escolas que atuavam ali dentro, mas que não estavam na gestão das escolas especificamente, para montar um comitê de gestão estratégica […] Além disso, temos nossos gestores locais, entre diretores, coordenadores que foram fundamentais para que tudo acontecesse e desse certo”, comenta.

 

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Ações de apoio à equipe escolar 

Logo no início do ensino remoto emergencial, 70,3% dos professores relataram possuir pouco conhecimento das ferramentas necessárias para as aulas online; em relação ao volume de trabalho, 86% afirmaram que houve um aumento. Os dados foram extraídos do Diagnóstico Nacional da Educação, um estudo feito pelo Escolas Exponenciais com mais de 11 mil famílias e 4 mil professores de aproximadamente 300 escolas particulares do país.

Reconhecendo as diferentes necessidades, bem como os níveis de habilidades digitais dos professores das escolas Grupo Zeta, algumas ações foram desenvolvidas com foco nesses profissionais. “Definimos algumas frentes de atuação, a primeira delas foi criar diretrizes do nosso ensino remoto emergencial, então, quais seriam os processos? Quais seriam as ferramentas? Quais seriam os materiais de apoio?”, destaca Kárystha.

Ela relata que todas as escolas do grupo já contavam com algumas ferramentas digitais, por exemplo, o Plurall (plataforma própria), o Google for Education e o ClassApp. Contudo, era necessário adaptar essas ferramentas para o novo contexto e orientar as instituições como explorar todas as funcionalidades.

“Fizemos frente de treinamento e capacitação, com lives técnicas pedagógicas, como utilizar aquele software para a educação e lives metodológicas […] também, criamos tutorias de orientações, vídeos rápidos, PDF de instruções de como usar aquelas ferramentas. E mais uma vez, a importância do acompanhamento da coordenação, porque essas são ações padronizadas.”

No Colégio Seice, a tecnologia também já fazia parte da rotina escolar, principalmente dos alunos do ensino fundamental, que têm contato com práticas de realidade virtual, realidade aumentada e inteligência artificial. O ensino remoto, claro, exigiu adaptações, mas a equipe escolar se manteve mais fortalecida a partir do estreitamento dos vínculos de confiança.

Cristiana parte do pressuposto de que, para a escola superar os momentos de crise, a união e engajamento dos profissionais é fundamental. “Acho que cada gestor, cada mantenedor tem que entender que a equipe é o pilar da sua instituição, ele vai entender, também, que esse é o sucesso da sua instituição. Hoje eu estou feliz e realizada com tudo que a gente tem desenvolvido nesses dias tão difíceis”, conclui. 

 

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