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O abraçar, o brincar e o interagir são elementos inerentes à infância e fundamentais para o processo de desenvolvimento e aprendizado das crianças. Mas em tempos de pandemia, esse conjunto de ações precisou ser ressignificado, agora, dentro do lar e com um maior apoio da família. 

Nesse cenário adverso, as escolas precisam se reinventar. Para driblar as limitações de contato físico e, consequentemente, dar continuidade a essa etapa tão importante na vida das crianças, a Escola Infantil Cirandarte, localizada em Guarulhos, São Paulo, resolveu levar “a escola para casa”. 

“A gente se pegou pensando em que ações nós poderíamos ter para deixar essas crianças próximas da escola, mesmo longe dela […] precisam de algo palpável, algo que possam brincar, pegar, para poder acionar memórias, para que tenham os aprendizados”, explica Janaina Leal Pontes, mantenedora e coordenadora pedagógica da escola. 

Por ter uma proposta pedagógica baseada em uma metodologia sócio-construtivista, onde a criança é produtora de cultura e sujeito de seu processo de aprendizado, a Cirandarte desenvolveu um projeto de empréstimo de livros e materiais escolares para que as crianças e suas famílias pudessem levar um pouco da rotina escolar para casa.

“Quando esse livro vai lá para o ambiente doméstico, dentro de casa, um pouco daquelas memórias das crianças, vão junto com eles, então, a família vai ler aquele livro e ele vai lembrar as mesmas palavras que a professora leu naquele livro, em um dia tal, que estava chuvoso, sol, então, a memória afetiva, as relações da criança vão se acionando”, comenta a coordenadora pedagógica. 

Para manter esse vínculo entre a criança e a escola, o projeto de empréstimo de livros se estendeu para o drive thru de lanches. Janaina identificou que essa era mais uma forma de despertar lembranças afetivas. “A gente levou cookie, o bolo de banana, e a questão do chá, que é da plantação, a gente serve chá na escola, então, a gente levou o chazinho para as crianças plantarem e depois prepararem com as famílias”.

 

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A importância das pesquisas de satisfação

Outra instituição que desenvolveu ações para engajar as famílias e estreitar esse relacionamentos foi o Colégio Xingu, localizado em Santo André, São Paulo. De acordo com Viviane Gonçales Passarini, sócia mantenedora, o fortalecimento dos canais de comunicação foi uma das primeiras iniciativas tomadas logo no início da pandemia.

“Desde o início, nós procuramos manter a nossa marca, no sentido de sermos transparentes na comunicação com as famílias sobre todas as mudanças e decisões dos órgãos responsáveis e também do colégio”, relembra.

Por meio da realização pesquisas online, Viviane pôde identificar as expectativas e saber a opinião dos responsáveis em relação ao ensino remoto emergencial. Ela conta, que na sua perspetiva como gestora, os processos estavam fluindo muito bem, mas o resultado de uma das suas pesquisas chamou atenção. 

“As pesquisas revelavam, por exemplo, qual o nível de satisfação sobre as aulas à distância do colégio, então, 40% disse bom, 42% pode melhorar, então, a gente falou “nossa, tem coisas aí”. Esse foi o insight que faltava para tomar novas decisões, e foi através da escuta ativa que isso aconteceu.

Com o retorno das férias quinzenais, em julho, junto a sua equipe, Viviane reorganizou a dinâmica das aulas e desenvolveu vídeos de sensibilização para os pais. Outros iniciativas adotadas por ela incluíram encontros rotineiros entre a equipe de gestão, encontros por segmentos para fazer uma colhida e aplicação dos canais de atendimento para os pais.

“Tudo foi se acomodando e a gente percebeu que os pais começaram a mudar de lugar […] começamos a receber lindas mensagens de apoio, reconhecimento do trabalho. Hoje eu digo para vocês, se precisarmos manter essa situação de ensino remoto até o final do ano, eu tenho certeza que os pais estarão aqui com a gente, leais e fiéis com o colégio”.

 

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A nova agenda digital

Na Kinder Kampus School, escola bilíngue localizada na capital de São Paulo, o relacionamento é um dos valores na instituição. Durante o ensino remoto, a sócia-fundadora, Fernanda Nyari, não mediu esforços para preservar esse valor e manter a conexão com as famílias.

Muito antes da pandemia, a tradicional agenda de papel já havia dado espaço à agenda digital, com o ClassApp. “Nós usamos o ClassApp como uma via de mão dupla. Então, não é uma comunicação só da escola com as famílias, mas as famílias têm total liberdade para se comunicar com a escola o tempo todo”, explica a sócia-fundadora.

Hoje, o aplicativo é muito mais que uma agenda digital, sendo totalmente personalizado de acordo com as demandas da escola. Os canais de comunicação estão organizados por setores – secretaria, portaria, direção, tecnologia, professores, alimentação, coordenação, financeiro- para comunicar com a equipe interna e famílias. 

“Dessa forma fica muito organizado, até para os pais saberem por onde que vem […] os assuntos são focados diretamente para a equipe apropriada da qual a família quer se comunicar”, comenta Fernanda Nyari. 

Além do ClassApp, outras ferramentas de comunicação são bastante utilizadas pela escola, por exemplo, o Google Meets. Além de funcionar como sala virtual, essa ferramenta é utilizada para o Keep in Touch, um momento de encontro semanal entre professores e responsáveis para falar sobre conteúdo do trabalho e ajustes nos horários. 

Com a digitalização da rotina escolar, a fundadora da Kinder notou benefícios no processo de ensino-aprendizado, mas, principalmente, na relação com as famílias. “Nos encontros que a gente marcava presencial, nós tínhamos de 15% até 30% de presença dos pais. Nesses encontros virtuais, nós temos de 70% até 90% de participação das famílias. Isso é um ganho gigantesco!”, comemora.

 

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