Gestão da qualidade interna do ar em sala de aula é o novo desafio a ser enfrentado
A gestão da qualidade do ar de interiores é um conceito que tem se tornado cada vez mais uma preocupação recorrente, principalmente durante a pandemia. Com isso, um novo modelo de sala de aula após Covid é pensada, com utilização correta de todos os recursos possíveis, incluindo o uso do ar condicionado.
Em entrevista ao Jornal da USP no Ar 1ª Edição, o professor Antônio Luis de Campos Mariani, do Departamento de Engenharia Mecânica da Escola Politécnica (Poli) da USP explicou como as partículas do ar propiciam um ambiente para a disseminação dos microrganismos. No caso do coronavírus, por exemplo, “os vírus pegam carona”, se associando a elas. Então, é importante que haja o controle dessas partículas, de modo que seja possível diluí-las, “para que o ar fique saudável às pessoas”, afirma.
Como controlar a qualidade do ar?
É falado que apenas controlando a quantidade de dióxido de carbono presente naquele ambiente já seja o suficiente. Para o professor, é necessário que seja feito mais do que isso. Para diminuir o processo de transmissão, ele destaca dois focos principais: “a redução de particulado, ou seja, do meio que transporta os microrganismos e a renovação do ar para diluir esses meios que garantem isso”.
No Brasil, segundo o especialista, as normatizações para a qualidade do ar em ambientes coletivos estão bem estabelecidas, de modo que é preciso garantir que a vazão de ar externo, que entra no ambiente, seja adequado. Outro aspecto importante é colocar a temperatura do ar em condições corretas, para que não haja a redução da umidade e, concomitantemente, aumente o risco de transmissibilidade de doenças.
Equipamento para a qualidade do ar em sala de aula
Pensando na melhora da qualidade do ar em sala de aula, a USP, em uma parceria com um grupo de ex-alunos, desenvolveu uma ferramenta para ajudar os usuários a entenderem como está o ar do ambiente interno.
Trata-se de um pequeno equipamento que monitora a qualidade do ar interno — temperatura, umidade, partículas como dióxido de carbono — no ambiente e, nele, é possível cadastrar todos os usuários da sala. “Acho que esse é o futuro”, afirma o professor. “Nós queremos que o usuário entenda como está o ar do seu ambiente e consiga também colaborar no ajuste dos controles, mais exigência da manutenção na garantia da renovação diária do ar, o que vai melhorar a saúde de todos”.