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Learning by doing ou aprender fazendo. Essas são as palavras-chave da Educação 4.0, um conceito que nasceu em consequência da 4ª Revolução Industrial e que vem ditando os novos caminhos nas escolas de todo o mundo.

Não existe mais dúvida de que o futuro da educação tem como base a experiência. A bola da vez é aprender fazendo projetos em grupo, colocando a mão na massa, compartilhando conhecimentos e habilidades e buscando soluções conjuntas para problemas reais.

 

A Cultura Maker

Uma das ferramentas que vêm sendo usadas com sucesso na Educação 4.0 é a cultura maker. Também conhecida como a cultura do “faça você mesmo” (em inglês do it yourself), as aulas em laboratórios makers aparecem entre algumas das práticas mais inovadoras para a educação. Ela foca no aluno como agente de seu próprio aprendizado e protagonista da sua jornada educacional.

 

Veja como a Cultura Maker pode criar um ambiente interativo de aprendizado

 

Assim, ele é inserido em um ambiente propício às criações em conjunto, seja por meio de ferramentas digitais, como impressoras 3D, cortadoras laser, ou mesmo através de recursos tradicionais de uma oficina/garagem, como madeira, martelo, serrote, entre outros. 

A prática abre caminho para o desenvolvimento da criatividade dos alunos, além de fomentar a cultura da inovação, a capacidade de colaboração, de trabalho em equipe, o pensamento crítico e a empatia.

E inovações tecnológicas na educação são fundamentais. O Steam (termo em inglês que significa Science, Technology, Engineering, Arts and Mathematics) e design thinking estão mais e mais presentes no cotidiano educacional. E para uma formação mais completa e adequada aos novos tempos, é necessário unir esses conceitos de para desenvolver projetos mão na massa.

 

O exemplo Nave à Vela

Uma das soluções de mercado que atendem essa demanda, a Nave à Vela, funciona a partir da implementação de laboratórios em escolas, tornando, o processo de aprendizado mais interessante para alunos com o perfil do século XXI. 

As dinâmicas realizadas pela empresa são pensadas a partir de oficinas montadas de forma personalizada para cada instituição de ensino, provocando os alunos a pensarem em soluções criativas para problemas do dia a dia que unam engenharia, design e empreendedorismo.

“Na Escola Miraflores, a gente tem todo um trabalho com cultura maker, com a questão da robótica inserida, sempre contextualizando com o nosso tema anual. Este é o ano internacional das línguas indígenas e o ano da tabela periódica”, diz a pedagoga, psicopedagoga, orientadora e supervisora educacional da escola Miraflores, no Rio de Janeiro, Cíntia Freitas.

 

“No início, culturalmente, era uma super novidade, e hoje não é mais. E isso é super interessante porque percebemos que agora as escolas optam pela cultura maker com mais consciência e de forma significativa para seu projeto pedagógico”, diz Lucas Torres, fundador da startup Nave à Vela.

E o trabalho com cultura maker não fica limitado apenas às disciplinas mais tradicionais, conforme destaca Torres. “Uma vez uma professora de ensino religioso quis participar de um projeto no qual nós criamos uma série de protótipos para abordar o tema de desastres naturais, como aconteceu em Mariana, em Minas Gerais. Ela sugeriu fazer algumas alterações para fazer uma reflexão sobre empatia. Um dia os professores bagunçaram todas as maquetes criadas pelos alunos e eles ficaram chocados com aquilo, pois viram de perto o impacto dos desastres naturais na vida das pessoas com aquela experiência. Foi um case muito legal de integração de educadores que assumem a cultura maker como ferramenta pedagógica significativa e de transformação. Para a própria professora foi uma experiência transformadora.“, conta.

 

Confira razões para implementar um espaço maker na sua escola neste artigo do Nave à Vela

 

As parcerias dos colégios com a Nave à Vela duram pelo menos quatro anos, tempo considerado mínimo para realizar um trabalho capaz de promover mudança na cultura das instituições de ensino.

 

Abrindo possibilidades com a educação 4.0

Para uma escola com quase 50 anos de existência, como o Colégio Drummond, em Uberlândia, Minas Gerais, pensar à frente tem sido uma prioridade para se manter competitivo no mercado. 

Visando encontrar soluções para o desafio de educar na “versão 4.0”, os educadores do Drummond estudaram durante meses quais seriam alternativas realmente vantajosas e sustentáveis para construir uma proposta pedagógica dentro da instituição que levasse em conta a cultura maker e, assim, estivesse “conectada” ao século XXI. “Foi aí que tanto trouxemos para as salas lousas digitais, como mudamos a proposta pedagógica visando, prioritariamente, atividades práticas. Outras medidas foram adotar a agenda digital, além de firmar a parceria com o Nave à Vela que introduziu e hoje trabalha ativamente com nossos alunos com os conceitos da cultura maker”,  conta Matheus Carrijo, gestor pedagógico da instituição.

 

Saiba mais sobre a educação 4.0 e como colocá-la em prática

 

“Existem muitas pessoas e organizações dedicadas a pensar em como melhorar os processos educacionais atuais. Nós nos dedicamos a pensar em como eles deveriam ser amanhã, trazendo para o hoje novas práticas de aprendizado que criem um ambiente ativo e uma mentalidade de inovação com os alunos. Isso chamamos de Cultura de Inovação; e fomentar tal cultura é nossa missão para uma nova educação”, completa Lucas Torres, fundador da Nave à Vela.

 

Formando para o futuro

Outra escola que aposta fortemente no conceito da Educação 4.0 é a Avenues, instituição de ensino com sedes em Nova York e São Paulo. Segundo a diretora de tecnologia da unidade brasileira, Lia Muschellack, integrar a internet como um dos personagens principais no palco do processo de ensino-aprendizagem é elevar o potencial da construção de conhecimento a outro patamar.

Lia conta que na Avenues São Paulo, o papel do professor não é compartilhar todo o conteúdo que domina, e sim desenvolver nos alunos habilidades de pesquisa e análise crítica para que eles próprios reúnam tais conteúdos. Ao permitir e incentivar que os alunos escolham, dentre as ferramentas digitais disponíveis, aquelas que melhor os auxiliam na organização do que apreenderam, no registro de suas próprias reflexões e na apresentação de seus resultados, o professor da Avenues promove as chamadas competências do século XXI de forma ativa e eficaz.

Quer saber mais sobre competências e habilidades do século XXI para desenvolver na sua escola? Veja quais são elas, como aliá-las à grade curricular e qual o papel dos professores nesse cenário.