5 min de leitura

Com um NPS (Net Promoter Score) de 82% – índice que mede a satisfação e a lealdade dos clientes-, o Colégio Marly Cury, localizado em Niterói, no Rio de Janeiro, já tem 90% das rematrículas garantidas para 2021. Já o Colégio Monte-Sionense, referência em Monte Sião, Minas Gerais, está entre as 10 melhores escolas avaliadas no quesito satisfação das famílias no Diagnóstico Nacional da Educação, promovido pelo Escolas Exponenciais.  

Segundo Tatiana Cury, diretora do Marly Cury, e Benedito Godoi de Souza, o Bene, fundador do Colégio Monte-Sionense, não há muitos mistérios para os bons resultados obtidos. Transparência e inovação são os dois elementos que direcionaram o trabalho das instituições durante o ensino remoto e que permanecerão na retomada híbrida.  

Antes mesmo da pandemia o Marly Cury já era destaque na cidade. Em fevereiro deste ano, eles montaram um bloco de carnaval com direito a mestre-sala e porta-bandeira e, claro, a participação dos funcionários. “Com a energia muito alta, uma parceria grande das famílias também, todos curtiram muito esse momento”, relembra a diretora.

O anúncio da suspensão das aulas, em março, pegou de surpresa escolas de todo o Brasil. Com a Marly Cury não foi diferente, mas a direção teve uma resposta bem rápida ao momento, o que foi essencial para nortear as decisões para o resto do ano.

“A nossa última aula presencial foi no dia 13 de março e no dia 19 a gente estava fazendo uma live explicando aos pais como ia funcionar, a partir do dia 23 a gente começou as aulas remotas e no dia 30 a gente já estava com a escola full time dentro do modelo remoto”. Segundo Tatiana, a partir de abril, os esforços se voltaram para a manutenção da rotina, no sentido de oferecer estabilidade e segurança aos alunos e suas famílias. 

Durante essa transição, os pais foram comunicados sobre toda e qualquer mudança no cronograma escolar e processos internos. O antigo caderninho de avisos deu espaço ao ClassApp – aplicativo de comunicação escolar -, impulsionando a digitalização da escola.
“A gente é cliente do ClassApp e ele foi fundamental na comunicação das famílias, foi um super parceiro durante esse ano todo”, comenta a diretora.

Já no Monte-Sionense, 10 dias foram o suficiente para montar uma estratégia de ensino remoto, que foi bastante exitosa, principalmente, pela ajuda dos parceiros. “O nosso grande norte são os nossos parceiros que já vêm de uma experiência de plataformas e tecnologias. Nós temos quatro parceiros: educação financeira, inglês, robótica e ensino regular. Então, isso nos ajudou muito, porque nós já estamos acostumados a trabalhar com a tecnologia e as plataformas digitais”, comenta Bene. 

Confira também:
Práticas pedagógicas à distância: quais são as alternativas eficientes?

Ensino remoto inovador

A dinâmica das aulas no Colégio Marly Cury funcionou da seguinte forma: os alunos do ensino fundamental tiveram 4h30 de aulas síncronas, mediadas pelo Zoom; enquanto na educação infantil foram ofertadas aulas síncronas diárias com 1h e aulas especializadas, como música, psicomotricidade e educação física com 30 min, três vezes na semana.

Além disso, os tradicionais eventos da escola foram mantidos, mas em um formato online. Um dos principais eventos foi o MoViMente, a antiga Feira do Saber presencial, que virou uma amostra virtual onde as crianças fizeram mini documentários sobre vários temas, como meio ambiente, esportes e literatura. 

Com a adoção de um modelo de ensino inédito, avaliar o real aprendizado das crianças foi um desafio. A solução encontrada por Tatiana foi realizar uma avaliação diagnóstica dos alunos, sem notas, mas, na verdade, buscava avaliar o trabalho da escola. 

“Nesse momento a gente aboliu completamente essa avaliação do desempenho por focar no desempenho da escola, a gente precisava saber se o nosso trabalho estava sendo efetivo”, explica.

Além das aulas convencionais online, os alunos do Monte-Sionense puderam realizar cursos com foco no cuidado da saúde mental. O grande destaque foi as práticas em hortas caseiras, uma atividade simples, mas que ajuda a combater o estresse e a ansiedade. 

Os colaboradores também tiveram a oportunidade de se tornarem “alunos”. Os professores do ensino fundamental I, por exemplo, pouco usavam ferramentas digitais e, com a implantação do ensino remoto, a sugestão de Bene foi capacitá-los com objetivo de se adequarem à nova realidade e manter o alto padrão de ensino do colégio. 

Transparência na comunicação

Além dos parceiros comerciais, que ajudaram na construção da nova metodologia de ensino do Colégio Monte-Sionense, Bene tem uma relação bastante amigável com a família dos alunos. Afinal, escuta, diálogo e ajuda mútua fazem parte dos valores da instituição.  

“O que fizemos foi estreitar mais essa parceria com os pais, ser mais transparentes com eles, tudo aquilo que fomos caminhando durante esse período, tudo que foi acontecendo, nós fomos passando, ouvindo e discutindo com os pais, com isso a gente conseguiu caminhar muito bem”, afirma. 

Uma das primeiras decisões tomadas por ele, logo nos primeiros dias de suspensão das aulas presenciais, foi a ampliação dos canais de atendimento; Whatsapp, e-mail e site foram integralmente colocados à disposição. Ainda hoje essa comunicação fluida e transparente permanece, pois todas as novidades da escola e comunicados das autoridades competentes são encaminhados aos pais.

“Sempre ouvimos os pais, mantivemos esse padrão de atendimento que a gente tinha, mas sem abrir mão dos nossos valores e, evidentemente que nesse período, nós aprendemos muito com eles. Isso foi muito interessante porque eles também passaram a nos ouvir mais e conhecer melhor tudo aquilo que acontece dentro do nosso colégio”. 

 

Confira também:
Legalidade nos contratos digitais escolares: mitos e verdades