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Que competências formam um gestor eficiente, seguro, firme e colaborativo? Que competências formam um gestor que sabe liderar sua equipe e manter um relacionamento empático com alunos, famílias e toda a comunidade escolar?

“A mudança nestes momentos de incerteza é a única certeza que nós temos, por mais irônico que isso pareça. Muito antes de nós termos sido impostos a mudar de forma tão abrupta por causa da pandemia, já se falava na necessidade de mudanças nas escolas”, diz Rafaela Fogaça, que há mais de 10 anos trabalha no mercado educacional e é a atual head de novas parcerias do Melhor Escola.

Rafaela chama atenção para a urgência de buscar inovação no mercado educacional trazendo o alerta de que, nas estimativas mais duras, cerca de 50% das escolas de pequeno e médio porte do ensino básico podem fechar suas portas definitivamente pós pandemia – e esse percentual sobe para 80% quando se fala de escolas do ensino infantil.

Mas, se toda crise também traz uma oportunidade, Rafaela conta que o Melhor Escola conseguiu gerar centenas de matrículas durante a pandemia, justamente baseando sua filosofia de que é fundamental inovar no mercado educacional.

“Se existe um novo cliente, um novo modelo de aprendizagem, um novo modelo de ensino, de gestor, de professor, é preciso saber que existe um novo modelo de captação”, afirma Rafaela, pós-graduada em Metodologia e Gestão para Educação à Distância, Marketing e Vendas, Gestão Estratégica de Negócios e Psicologia Organizacional. 

Apostando forte em mudanças, ela diz que é preciso adaptar os 4 pilares da educação, citados no relatório da Unesco denominado “Educação: um tesouro a ser descoberto”, de 1999: aprender a conhecer, a fazer, a conviver e a ser. 

“Hoje é preciso reaprender tudo isso: nós temos que reaprender a fazer uma educação de qualidade numa linguagem atualizada, em um cenário totalmente diferente. Temos que reaprender a conhecer, a fazer, a conviver, e a ser. Temos que pensar quem vamos ser daqui para a frente: os agentes da transformação que vão se reinventar ou os que vão ficar reclamando e ser exatamente o que éramos? Isso não cabe mais.”

Confira dicas para a sua escola sair mais forte desta crise

12 lições para superar a crise

Rafaela dá muitas dicas valiosas para que gestores sejam capazes de sobreviver à crise e ainda saírem fortalecidos deste momento. Vamos lá!

  1. Absorva toda a informação existente e transforme isso em ação.
  2. Deixe para trás as barreiras da hierarquia e trabalhe em equipe, junto a seu staff, alunos e famílias. Exerça sua liderança para envolver todos em um objetivo comum, trabalhando em equipe. “É muito mais encorajador na hora de uma mudança ter as pessoas unidas. É hora de unir forças.”
  3. Seja flexível, adaptável. “Não adianta ter visão inovadora se você não se adapta e não tem flexibilidade para entender que o mercado está mudando”.
  4. Exerça empatia, ouvindo cada demanda de forma individual. “A gente está vivendo a era da empatia, do se colocar no lugar do outro, do tentar se ajudar.”
  5. Tenha agilidade, pois as mudanças estão acontecendo de forma muito rápida. “Aja de forma veloz, rápida, mas não de forma apressada. Quando a gente age na pressa, a gente acaba fazendo besteira.”
  6. Comunique o que está sendo feito. “Não adianta ter várias iniciativas inovadoras sem comunicar isso.”
  7. Seja uma pessoa engajadora, lembrando-se de que engajar não é mandar, e sim trazer clareza na comunicação, explicando os porquês. “Não basta criar estratégias e executá-las; é preciso envolver toda a comunidade, criando uma rede de apoio, explicando a importância de cada indivíduo para a escola”. 
  8. Incentive a autonomia de seu time, ainda que isso possa parecer perda de controle. “Incentive que seu time dê sugestões, ideias que possam ser implementadas em prol da evolução do negócio como um todo. Incentive também a autonomia dos alunos, para que eles se tornem seres humanos mais decididos, mais seguros para tomar decisões e se impor diante de desafios.”
  9. Desenvolva a cultura digital de sua escola. “Não sabemos o que vem pela frente, mas nós sabemos o que não volta mais. O último relatório do IBGE de 2018 dizia que, em um ano, aumentou em 10 milhões o número de usuários da internet no Brasil. Imagina os números de 2020, ano em que fomos obrigados a avançar tecnologicamente da maneira em que avançamos? Não tem retrocesso no avanço tecnológico. O consumidor sofreu uma mudança abrupta. O crescimento do consumo digital foi de 81% nos últimos meses, incluindo comida, compras em geral, supermercado, escola, …
  10. Saiba ouvir seu cliente, acolher, se fazer presente, mostrar que está próximo, apesar da distância física.
  11. Mantenha o radar ligado, fique atento ao que está acontecendo no mercado. Identifique os players que surgem no mercado, sem minimizar o risco da concorrência e pensando sempre em como inovar para se manter competitivo. “Não importa o quão bem-sucedida é a sua marca. Se você não tem clareza do cenário e agilidade em tomar decisões para entregar ao seu cliente aquilo que faz sentido para ele naquele momento, não adianta nada. Quem quebra a empresa não é o concorrente, é a própria empresa tomando a estratégia errada. A ameaça na maioria das vezes não é seu concorrente, mas não ouvir a expectativa do cliente.”
  12. Tenha clareza do cenário, mas sem se imobilizar diante das dificuldades. “O primeiro passo é não negar a crise. O segundo passo é se dedicar a entender o que o cliente quer, evitando atividades desnecessárias. Encare os desafios sem medo.”

Boas dicas, agora mãos à obra! Invista em inovação, sempre lembrando desta frase dita pela especialista Rafaela Fogaça: “Cada vez vamos ter que investir mais em inovação. E inovação também é gestão. Não adianta ter inovação se você não souber gerir essa inovação.”

 

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