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Usar ou não as novas tecnologias em sala de aula não é mais questão. Vivemos na era digital e as TIC (Tecnologias de Informação e Comunicação) apresentam verdadeiras potências para promover a qualidade na educação, aproximando a escola com a realidade do aluno. Usadas para estimular o aprendizado de estudantes e amparar o trabalho da gestão e dos docentes, quando tem objetivos claros, elas podem ter impactos positivos não apenas no desempenho acadêmico, mas no desenvolvimento de habilidades e no engajamento dos estudantes e de suas famílias. Tendo em vista que, com a tecnologia conseguimos transpor os limite de barreiras física e de tempo, é possível criar uma rede de aprendizados contínuos que conecta toda uma comunidade aos conteúdos trabalhadas pela escola.

Mas adotar novas tecnologias na educação é mesmo suficiente para promover um ensino moderno e de qualidade, que realmente integre o ambiente de estudos ao contexto em que o aluno está inserido? Quais os benefícios e desafios do uso da tecnologia na escola?

Confira no terceiro artigo da série “Tecnologia na Educação”.

Quais as vantagens do uso da Tecnologia na Educação?

Em estudo realizado em parceria com o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), a Unesco listou uma série de vantagens sobre o uso das TIC na educação.

A começar pela mais básica, a organização cita o aprimoramento na qualidade da educação que as TIC podem proporcionar. Isso porque, conforme citamos no artigo que abre essa série, a tecnologia permite trazer novos caminhos e metodologias para o ensino e aprendizagem, além de ajudar na formação dos docentes e, assim, contribuir para o aperfeiçoamento de todo processo educacional.

Aliás, tornar as aulas mais atraentes e inovadoras, ganhou destaque na lista de benefícios feita pela UNESCO. Para a entidade, ampliar a possibilidades para alunos e para professores de transformar a aprendizagem, torna-a mais motivadora e significativa.

 

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Quando falamos no aumento da qualidade de forma geral, naturalmente, podemos afirmar que as TICs ajudam a elevar os Índices de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) – tema que tem merecido muita atenção por parte dos educadores de todo país. Neste ano, só 23% das redes de escolas particulares do país atingiram as metas de qualidade estipuladas pelo Ministério da Educação (MEC). O dado assustou os gestores de instituições de ensino privadas que agora buscam alternativas para melhorarem suas notas no exame. E as TIC podem colaborar neste sentido.

Outro ponto de destaque citado pela organização é no aumento da integração e da comunicação entre alunos, professores, gestores e famílias promovidos pela tecnologia. Por permitirem um relacionamento mais próximo entre todos os agentes envolvidos no processo de aprendizagem, ferramentas que auxiliam na comunicação escolar, por exemplo, estimulam os alunos a aprenderem e a ensinarem, pois aumentam o diálogo deles com suas famílias, em casa, sobre os assuntos vistos em aula. Como consequência disso, os alunos têm ganhos significativos em habilidades que serão fundamentais para seu desenvolvimento enquanto cidadão, tais como autoconfiança, autonomia, empatia, flexibilidade, curiosidade para novas descobertas e capacidade de socialização.

Já do ponto de vista da gestão, o uso das TIC ganha uma relevância especial quando falamos de praticidade (economia de recursos humanos e de tempo) e da construção de uma conduta sustentável – medida que é esperada das instituições de ensino com responsabilidades ambientais. Afinal, o uso de computadores, tablets e até mesmo celulares como ferramentas pedagógicas, de gestão e de comunicação reduzem drasticamente o desperdício de papel.

 

Quais os desafios no uso de tecnologias digitais?

No entanto, como já citamos outras vezes aqui no Escolas Exponenciais, as tecnologias não terão impacto positivo na educação se forem usadas para continuar a fazer as mesmas coisas de sempre. Ou seja, de nada adianta uma lousa digital se o conteúdo e a postura do docente seguir sendo analógica.

“Einstein já disse que a imaginação é mais importante do que o conhecimento. Por isso, é importante destacar que não basta adquirir artefatos tecnológicos para que as tecnologias sejam uma alavanca na aprendizagem. Metodologia, continuidade, imaginação e muita experimentação sem medo de errar são essenciais”, assinalou Carlos Seabra, editor e especialista em tecnologia educacional.

Assim, para superar as limitações que ainda dificultam a união entre tecnologia e educação é preciso preparar todo o ambiente escolar para que elas sejam realmente aproveitadas.

Não dá para negar que a chegada de algumas ferramentas e recursos na escola evidenciam desafios e problemas relacionados ao “modus operandi” das práticas que já ocorrem no cotidiano da instituição de ensino. Ou seja, para entendê-los e superá-los é fundamental que toda a equipe esteja flexível e aberta a receber as novas tecnologias que, muitas vezes, vão exigir que haja uma revisão nos seus processos e condutas. “É algo difícil mesmo, que exige gestores antenados, equipes abertas, professores entusiasmados, pais e responsáveis envolvidos e alunos engajados”, avalia Seabra.

Por isso, o especialista afirma ser crucial que os gestores invistam no “material humano”.

“Se houver bons dispositivos, equipamentos, conexão, etc, isso ajuda bastante, mas em tecnologia o mais importante são sempre as pessoas. Elas precisam estar disponíveis e motivadas para que as mudanças aconteçam”, ressalta.

Outro desafio no uso de tecnologias em sala de aula – e que está no centro de um debate polêmico, depois que a França proibiu o uso de celulares e tablets em salas de aulas de escolas a partir de 2019 – , seria manter o aluno envolvido nos trabalhos, sem se distrair e perder o foco, ou, ainda se acomodar com o excesso de “facilidades”. Afirmações como “os jovens se distraem com muita facilidade e os gadgets podem prestar um desserviço à educação” e “a tecnologia pode facilitar em excesso as tarefas dos estudantes” são pertinentes, porém, cabe um trabalho conjunto entre equipe pedagógica e gestão para encontrar um ponto de equilíbrio no uso das TIC, estabelecendo critérios para uma utilização positiva, frente ao risco de uma exploração desregrada.

 

Você está conseguindo acompanhar a série? Na semana passada, falamos sobre o que pode ser considerado tecnologia na educação e quais os recursos que estão em alta nas escolas, não deixe de conferir. E não perca na semana que vem o próximo artigo da série “Tecnologia na Educação”!