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A chegada da Era Digital têm impactado diretamente no ritmo das transformações sociais e influenciado o comportamento e as expectativas por parte de pais e alunos com relação às escolas. Esse cenário em constante mudança exige, em primeiro lugar, que as instituições de ensino criem capacidades na sua equipe para que se adaptem de forma mais rápida e flexível na hora de colocar em prática suas ações. Em seguida, deve investir em resolver seus desafios com criatividade e inovação. E, é neste ponto que, muita vezes, a tecnologia pode ser uma boa aliada.

Porém, falar em novidade, em disrupção de formas de fazer já consolidadas, é falar também de um campo cheio de dúvidas e incertezas. Pensando nisso, para ajudar gestores e educadores a lidarem com a Era Digital na Escola, o Blog Escolas Exponenciais apresenta uma série de artigos sobre Tecnologia na Educação.

No primeiro post, que foi ao ar na semana passada, falamos um pouco sobre como a tecnologia pode auxiliar no crescimento da sua escola e listamos 11 dicas para você fazer aquisições inteligentes de softwares e de ferramentas digitais para sua instituição de ensino.

Hoje, no segundo artigo, vamos explorar o que pode ser considerado tecnologia na educação e mostrar quais são as ferramentas que estão em alta para fazer a Era Digital revolucionar o ensino.

O que é tecnologia na educação?

Diante do impacto que a informatização tem exercido sobre nossas vidas é compreensível que pensemos quase que exclusivamente em computadores, lousas digitais e gadgets quando falamos em tecnologia na educação. No entanto, o uso de ferramentas que aprimoram e facilitam o ensino sempre estiveram presentes no processo de aprendizado ao longo da história.

Em um artigo intitulado “Learning Machines” publicado no jornal New York Times, dois pesquisadores da Library University of Kansas, nos EUA, apontam que a educação vive às voltas com as tecnologias desde 1650. Na época, uma ferramenta chamada Horn-Book (uma madeira com impressos) era utilizada para alfabetização de crianças, feita, na época, através de textos religiosos.

De lá para cá, muitos anos de evolução somados a chegada de uma nova ordem econômica e ao surgimento do capitalismo industrial fizeram a tecnologia usada na educação alcançar novos patamares, dando origem aos devices atuais.  

Especialmente a partir dos anos 2000, graças à popularização dos computadores, as TICs (Tecnologias de Informação e Comunicação) passaram a afetar nossas vidas e, consequentemente, a serem imprescindíveis nos processos educacionais.

Quando falamos em TICs, estamos nos referindo à pluralidade de tecnologias (equipamentos e funções) que permitem criar, capturar, interpretar, armazenar, receber e transmitir informações. A inserção das TICs na educação pode ser uma importante ferramenta para a melhoria do processo de ensino-aprendizagem, gerando resultados positivos ou negativos, dependendo de como elas sejam utilizadas.

Para que a inclusão dessas tecnologias na educação traga benefícios, é necessária a união de multifatores, dentre os quais estão o domínio do professor sobre as ferramentas existentes e sua utilização na prática – e isso passa, necessariamente, por uma boa formação acadêmica; que a escola seja dotada de uma boa estrutura física e material que possibilite a utilização dessas tecnologias durante as aulas, mas que, sobretudo, os currículos escolares possam integrar a utilização das TICs à favor do ensino de conteúdos nas diversas disciplinas.

Ou seja, equipar um colégio com as mais modernas tecnologias não levará a nada se elas não estiverem atreladas ao projeto político pedagógico da escola e se não forem entendidas como formas de promover a inter-relação entre professor, aluno e conteúdo.

“É preciso entender que qualquer tecnologia a ser incorporada deve ser vista como meio e não um fim em si mesma. Por que uso? Qual o objetivo ou objetivos de aprendizagem quero trabalhar? Como uso? Quando uso? Com quem uso? Definido o que se pretende ensinar/aprender elegem-se os recursos didáticos mais pertinentes para que se promova os processos de ensino aprendizagem, e não o contrário”, destaca a professora Geisa Mendes, da Faculdade de Educação da PUC-Campinas (Pontifícia Universidade Católica de Campinas).

Além de serem usadas nos processos de ensino-aprendizado, as TICs podem contribuir com o desenvolvimento profissional de professores, bem como melhorar a gestão, a governança e a administração em uma instituição de ensino, otimizando recursos e dando agilidade e eficiência a diferentes setores.

Mas quais são as Tecnologias que já estão sendo usadas na educação? Confira:

Objetos digitais de aprendizagem


Objetos digitais de aprendizagem

Objetos digitais de aprendizagem são ferramentas que auxiliam o processo de aprendizagem tanto na sala de aula quanto em casa. São recursos como videoaulas, animações e simuladores, por exemplo, que trabalham conteúdos e competências de formas mais criativas e podem ser usados pelos alunos também para reforçar o conteúdo fora da escola.

Na internet existem portais como a Escola Digital e o Portal do Professor (MEC) que reúnem conteúdos neste estilo, divididos por série e disciplina.

Plataformas e ambientes virtuais de aprendizagem (AVA)
Plataformas

Plataformas e ambientes virtuais de aprendizagem (AVA) proporcionam a troca de informações e o acompanhamento do percurso pedagógico de cada aluno. Nelas, os docentes podem armazenar e publicar conteúdos, acompanhar o progresso dos estudantes e promover interações entre eles. Além de suporte ao ensino presencial, as plataformas também são muito usadas para criar cursos a distância. Algumas AVAs, inclusive, utilizam softwares inteligentes que ajudam a personalizar o ensino – as chamadas plataformas adaptativas.

Ferramentas de gestão
Ferramentas de gestão

As ferramentas de gestão ajudam na organização de todos os processos da escola permitindo que gestores e professores dediquem menos tempo a tarefas burocráticas. Vão desde softwares de controle financeiro, até tecnologias que atuam no planejamento de aula e na avaliação de alunos.

Veja como otimizar o tempo do professor melhora a qualidade do ensino

Com um sistema de gestão escolar é possível organizar melhor áreas e aspectos determinantes para que todo o processo educacional aconteça de forma mais eficaz, garantindo que os educadores tenham mais tempo para focar no seu objetivo principal, que é a aprendizagem efetiva dos alunos.

Ambientes virtuais imersivos
Ambientes virtuais imersivos

Imagens virtuais e dispositivos de realidade aumentada possibilitam a experimentação que trazem o mundo virtual para o mundo real. O objetivo é aumentar o envolvimento dos alunos e criar oportunidades de interação com maior engajamento.

Neste ambiente, não existem barreiras de espaço físico ou de tempo –  já que permitem que os estudantes viajem através de ambientes de conhecimento, como museus virtuais, por exemplo, em qualquer lugar do mundo ou até mesmo de épocas passadas. Nos laboratórios virtuais, é possível a realização de experiências científicas que poderiam ser feitas em laboratórios físicos, facilitando assim o entendimento dos conteúdos estudados.

Ferramentas de experimentação
Ferramentas de experimentação

As ferramentas de experimentação possibilitam que os próprios alunos desenvolvam produtos e projetos, tornando-os protagonistas do aprendizado. Em educomunicação, por exemplo, eles trabalham com ferramentas capazes de criar podcasts, sites, livros digitais, jornais, vídeos entre tantos outros formatos. Tais atividades estimulam o desenvolvimento de competências cognitivas e socioemocionais. Já nas plataformas de programação, os estudantes podem criar jogos, sites e aplicativos tornando-se, assim, produtores e não apenas consumidores de tecnologia.

Muitas escolas dedicam seus espaços makers às experimentações. Nesses locais, kits de robótica, impressoras 3D e outras ferramentas de prototipagem ajudam a transformar ideias em produtos, fazendo junção da teoria e da prática.

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Ferramentas de comunicação
Ferramentas de comunicação

As ferramentas de comunicação, como o ClassApp, por exemplo, facilitam a interação entre diferentes agentes do processo educativo. Elas estimulam o diálogo entre colaboradores, professores, alunos, famílias e gestores, garantindo um relacionamento próximo e eficiente à favor da aprendizagem.

Os aplicativos ainda permitem o envio de fotos, documentos em PDF, enquetes interativas e relatórios detalhados, facilitando o trabalho dos docentes tanto na hora de reportar detalhes da rotina escolar de cada estudante, assim como na hora de enviar tarefas e calendário de provas.

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Ferramentas de trabalho
Ferramentas de trabalho

Ferramentas de produtividade oferecem recursos que agilizam tarefas e ajudam na organização de arquivos, simplificando o dia a dia de professores e alunos. Bons exemplos são ferramentas de edição de texto, foto, vídeo, áudio, que oferecem suporte para diferentes atividades. Ainda neste quesito, a preparação e o planejamento das aulas, assim como o desenvolvimento dos trabalhos escolares, podem ganhar o reforço de plataformas que permitem criar planilhas, formulários, apresentações e infográficos. Assim como pilhas de papéis podem ser facilmente substituídos por ferramentas de armazenamento que permitem salvar arquivos na internet, criando as chamadas “salas de aula na nuvem”. Professores e alunos podem acessar esses materiais em qualquer lugar, a partir de diferentes dispositivos, e conseguem interagir virtualmente. Os alunos fazem seus projetos e os professores podem acompanhar a evolução dos trabalhos em tempo real.

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